Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Mercado Interno

Alta da carne em SC

Em um mês, preço da carne bovina aumentou até 10% nos açougues de Joinville (SC). Consumidores procuram alternativas.

Fazer o churrasco do final de semana ou o almoço de todos os dias está saindo mais caro. Há 11 meses seguidos a carne presente na maioria dos lares, teve aumento médio de preço de 6,1%.

Mas no último mês, os preços deram um salto, os cortes ficaram até 10% mais caros, segundo o IBGE. O produto está com o maior preço dos últimos cinco anos.

A dona de casa Sonia Regina Rolim, de Joinville, vem sentindo no bolso os reajustes. Ela explica que a família prefere comer carne bovina, mas quando o preço está muito alto o jeito é buscar uma alternativa.

“Todos os dias tem que ter carne, mas às vezes acabo apelando para a salsicha para fazer macarronada ou outros pratos”, explica.

Quando o técnico mecânico Jair Lopes vai pagar a conta do supermercado, ele já observou o que faz o bolso pesar.

“Perto das festas de final de ano, a carne sobe mais. Mas venho sentindo o aumento já faz tempo”, avalia.

Na casa dele, ninguém dispensa um bom prato à base do alimento, mas quando o boi sobe demais, a preferência se volta para as aves.

“Hoje há bons cortes de frango, que já vêm temperados”, diz.

De acordo com o analista de mercado do Centro de Estudos de Safra e Mercados (Epagri/Cepa), Julio Rodigheri, a alta está relacionada à redução do rebanho, afetada pela eliminação de matrizes há quatro anos.

“Além disso, a exportação subiu e o mercado nacional também está aquecido. O preço vem aumentando há alguns meses porque a soja e o milho que servem para a ração também tiveram reajuste de valor. Tudo faz parte da mesma cadeia.

Comerciantes de Joinville dizem que é quase impossível não repassar aumento para o consumidor. Jackson Hille, dono de um açougue, avalia que o reajuste é uma questão econômica e não de produto.

“Quando aumenta a procura por frango, para substituir a bovina, o preço também acaba subindo.

Alta continua em 2011

A alta no preço das carnes deve se manter no ano que vem. Segundo o analista de mercado da Epagri/Cepa, Julio Rodigheri, o volume de exportações já está chegando ao mesmo patamar de 2008, ano antes da crise econômica, e há também uma grande procura pelo produto no mercado interno.

“Hoje, se come mais frango, mas o boi ainda é a preferência nacional”, avalia Rodrigheri.

Como as três carnes – frango, bovino e suíno – estão interligadas, elas acabam interferindo umas nos preços das outras.

Técnicos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam um outro fator que também está interferindo na alta nos preços das carnes: a seca ocorrida em meados do ano prejudicou as pastagens.
Para 2011, o analista da Epagri aposta em uma exportação ainda maior de bovinos e aves. Já no caso dos suínos, ainda existe uma situação mais equilibrada de procura e oferta. Rodigheri avalia que pode haver uma baixa nos preços depois das festas de final de ano, mas que no ano que vem pode voltar a aumentar.

“Se os Estados Unidos diminuírem o uso de milho para fazer etanol, os estoques para ração vão aumentar e isso pode ajudar a equilibrar o preço das carnes”, avalia.