Na última sexta-feira (24/09) a Companhia Nacional de Abastecimento em Minas (Conab), recebeu representantes da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) e da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) para discutir uma importante questão para o setor: a produção e escoamento da safra de milho no Estado.
Na pauta da reunião foram debatidas as necessidades do setor, mostrando preocupação com a alta do preço do milho, numa tentativa de sensibilizar os dirigentes da Conab para a situação dos produtores mineiros, considerando que o produto é um dos principais insumos para fabricação de ração para as granjas. Estima-se que no Brasil, 32 milhões de toneladas de milho por ano sejam consumidas pelos produtores como matéria prima.
Minas Gerais é o terceiro estado do país na produção de milho, em paralelo ao Mato Grosso, totalizando cerca de 7 milhões de toneladas/ano, com destaque para o Sul de Minas, maior região produtora que envia grande parte do seu milho para São Paulo.
A situação em Minas é um reflexo do que vem acontecendo no País, que começou a se tornar mais preocupante para os produtores de aves e suínos após o preço do produto subir cerca de 30% em algumas regiões do Brasil desde julho e do governo federal intervir para escoar do mercado cerca de 10,9 milhões de toneladas, segundo informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico. O governo já estuda a possibilidade de fazer leilões para empresas consumidoras de milho, com objetivo de sinalizar os preços ao mercado, evitando assim explosões de alta.
De acordo o Diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Rogério Colombini, após o período eleitoral, uma intervenção mais significativa do governo deve acontecer. “Após as eleições, vai sair uma portaria do Ministério da Fazenda onde o governo vai autorizar a Conab a fazer uma quantidade de PEP de milho e uma quantidade de venda direta. O governo vai intervir no mercado sim, pois está com bastante milho em estoque”, disse Colombini.
O diretor contou que ele pessoalmente pleiteou dentro do governo a construção de mais cinco silos no Estado, dois em Uberlândia, dois no nordeste e um em Ponte Nova, Zona da Mata mineira, totalizando R$500 milhões de reais, mas esses projetos foram retirados do PAC.
Segundo Sabrina Cardoso, gerente executiva da Asemg, os setores da avicultura e suinocultura devem se unir e pressionar o governo para que estes projetos consigam a liberação dos recursos necessários para que as obras sejam iniciadas. “O silo de estocagem na região de Ponte Nova cujo projeto foi desenhado para atender uma capacidade de 30.000 toneladas de grãos é um projeto estratégico para a região, pois há uma expressiva suinocultura em Ponte Nova e avicultura em Visconde do Rio Branco”.
Estiveram presentes ao encontro representando a Conab o Diretor de Operações e Abastecimento Rogério Colombini , a superintendente Cleide Santos Laia e o assessor técnico Marcílio Vaz de Oliveira. Entre os representantes das entidades estiveram Sabrina Cardoso de Moura, gerente executiva da Asemg, o presidente da Avimig, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, Marília Martha Ferreira, superintendente da Avimig e Luiz Carlos Mendes Costa, conselheiro da associação avícola e Diretor-superintendente da Pif Paf Alimentos.