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Alta no preço da carne beneficia Brasil, diz FAO

Situação sanitária em tradicionais exportadores põe o País em destaque no cenário externo.

Da Redação 07/07/2004 – 10h15 – Os preços internacionais de carne devem continuar subindo em 2004, de acordo com documento divulgado pela FAO, órgão responsável pela alimentação e agricultura da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2003, o Indicador de preço da carne da FAO subiu 16% . Este resultado foi provocado por uma alta de 42% no preço da carne de aves, 19% na carne bovina e 8% na carne suína.

Segundo o documento, a alta nos preços da carne é por causa da redução dos estoques de carne exportáveis no mundo. Grandes países exportadores de carne estão registrando focos de doenças animais, o que tem provocado embargo nas importações. O relatório diz que o Brasil é um dos países que mais devem se favorecer deste cenário. Segundo a FAO, o Brasil deve exportar, em 2004, mais de 3,8 milhões de toneladas de carne, 21% do comercio global.

Doenças e incertezas Também serão favorecidos outros países da América do Sul e da Oceania como a Austrália e a Nova Zelândia que são livres de doenças animais. O relatório também informa que “doenças animais, aumento no preço de ração e incerteza sobre demanda do consumidor final para carne e derivados está tornando o crescimento da produção mais lento em 2004” e, dessa forma, contribuindo para uma elevação das cotações.

A expectativa é a de que a produção global de carne cresça apenas 1% em 2004, atingindo 253,6 milhões de toneladas. O registro da doença da vaca louca na América do Norte e da Influenza aviária na Ásia criou obstáculos para os embarques globais de carne. Na Ásia, o crescimento da produção deve ser de menos de 2%, metade da média dos cinco últimos anos. Nos países desenvolvidos, a FAO acredita que a produção deva permanecer estável, com um pequeno aumento na América do Norte sendo equilibrada por uma redução na Europa.

Comercio em queda A FAO estima que o consumo mundial de carne deve permanecer em 39,9 quilos per capita em 2004, limitado pelo preço mais elevado do produto e por preocupações, por parte do consumidor, relativas à segurança em relação ao alimento. Embargos  à importação de carnes em países com casos de doenças, apenas no início de 2004, provocaram uma redução de cerca de um terço das exportações globais de carne, ou perto de 6 milhões de toneladas. Isso deve fazer com que o comércio internacional de carnes termine 2004 em queda, ao contrário do esperado inicialmente.  A expectativa agora é a de que o comercio caia 4 %, para 18 milhões de toneladas. Se confirmada, será a primeira queda desde meados dos anos 80, diz FAO.