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Análise: Risco-Brasil cai após segunda-feira tensa

<p>Depois de uma segunda-feira tensa, na qual o risco-Brasil medido pelo índice EMBI+ do JP Morgan chegou a subir 5,41%, para 156 pontos básicos, voltou a reinar a calmaria, ontem, nos mercados emergentes.</p>

Redação (02/05/07) – Números de uma atividade manufatureira mais forte do que a esperada nos Estados Unidos e uma maior tranqüilidade na Turquia ajudaram e o risco-Brasil caiu 2,56%, para fechar a 152 pontos básicos. Os prêmios dos swaps de crédito de vencimento em cinco anos da dívida externa do governo brasileiro, uma outra forma de medir o risco-Brasil, passaram de 71,5 pontos básicos na segunda-feira para 69,5 pontos básicos ontem. É importante lembrar que a liquidez foi reduzida, pois os mercados na América Latina, Ásia e Europa estavam fechados por causa do Dia do Trabalho.

As perspectivas para os mercados brasileiros no mês de maio são positivas, na avaliação de John Welch, estrategista da Lehman Brothers. " O governo brasileiro continua a recomprar dívida externa e o Brasil tem sido um porto seguro em meio às turbulências na Venezuela, Turquia e inclusive nos Estados Unidos " , diz ele. " Os mercados aprenderam a diferenciar um país do outro " , afirma. Ele lembra que o México subiu seus juros básicos na sexta-feira, pegando os mercados de surpresa, mas que o Brasil vai continuar a reduzir os seus. Os números fiscais " ruins " , no seu entender, não assustam, pois " o governo brasileiro não gastou nada nos primeiros meses do ano " . A tendência, segundo Welch, é de o dólar continuar a se desvalorizar contra o real ou manter estabilidade.

Na segunda-feira, o mercado de câmbio brasileiro também chegou a ser afetado pela tensão na Turquia e números de atividade mais fraca nos Estados Unidos, enquanto o mercado de juros andou de lado. A moeda americana fechou com alta de 0,24%, negociada a R$ 2,0350 para a compra e R$ 2,0370 para a venda, na máxima do dia. O giro financeiro atingiu US$ 3,850 bilhões. No mês de abril, o dólar acumulou baixa de 1,12%.

A recuperação, ontem, veio por conta do índice ISM da atividade manufatureira americana, que foi a 54,7 em abril, o mais alto desde maio de 2006, na comparação com os 50,9 em março e bem acima dos 51 esperados pelo mercado. Os números sugerem que a atividade econômica nos Estados Unidos, que vinha apresentando desempenho mais fraco do que as expectativas, pode estar se recuperando no segundo semestre. O setor de manufatura nos EUA é o principal comprador de matéria-prima dos emergentes.

O susto com a instabilidade política na Turquia, que derrubou a lira e a bolsa turca na segunda-feira, afetando outros mercados emergentes, passou, após a Suprema Corte anular o primeiro turno da eleição parlamentar para a presidência do país, a pedido da oposição, e o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan decidir convocar uma nova eleição. Os analistas do Barclays Capital acreditam que os ativos turcos devem voltar a seus preços antes das turbulências, mas que será necessário observar as pesquisas eleitorais para tendências de mais longo prazo.