O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, não demonstrou entusiasmo com a última visita veterinária russa aos frigoríficos brasileiros, encerrada na semana passada. Os russos apresentarão os resultados da inspeção dentro de 20 e 30 dias. “Você nunca sabe quais são os critérios deles. Uma hora é por Estado, outra é por frigorífico”, reclamou o ministro ontem, após participar do 11 º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo.
Ribeiro disse, porém, que ainda não tem “condições técnicas” para precisar qual será novo o posicionamento da Rússia. O país impõe um embargo a dezenas de estabelecimentos exportadores de carnes há mais de um ano. Diante do impasse, o ministro sugeriu que o Brasil aposte na abertura de novos mercado. “Recentemente, abrimos a Albânia. Não é grande, mas é um mercado”, afirmou ele.
Também presente ao encontro, o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que o setor de lácteos ainda é um dos “elos fracos” do agronegócio brasileiro. Por conta disso, a produção de leite deve contar com o suporte do banco estatal para se consolidar. “Nosso setor de lácteos precisa avançar em qualidade e produtividade”, enfatizou Coutinho.
Além desse segmento, a produção de pescados também receberá aportes do banco. Coutinho disse não entender como o Brasil, “que possui um imenso reservatório de água doce” não transformou a pesca num mercado relevante, especialmente para as exportações. “As grandes empresas de proteína animal precisam olhar a aquicultura como um grande negócio”, afirmou o presidente do BNDES.