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Antes filé, agora hambúrguer

<p>Em Wall Street, quem pedia filé no almoço agora só quer comer hambúrguer. Bares e restaurantes locais sentem o impacto da crise.</p>

Redação (19/09/2008)- Esta notícia do Folha News me chamou a atenção. No Distrito Financeiro de Nova York (EUA), não são só bancos e seguradoras que estão sendo afetados pelas turbulências em Wall Street: bares e restaurantes locais, geralmente lotados de investidores e corretores da Bolsa, estão às moscas e relatam queda de até 50% na freqüência.



Proprietários de tradicionais restaurantes do reduto financeiro americano (e por que não mundial?) estimam que a recente crise alavancada pela falência do quarto maior banco do mundo, o Lehman Brothers, reduziu em cerca de 50% a quantidade de clientes durante o almoço. E não é só. "Os clientes estão gastando menos. Quem pedia filé [US$ 35] agora só pede hambúrguer [US$ 15]", comparam os donos de bares e restaurantes da região.


O temor, segundo divulgou a reportagem do Folha News, é de uma reação em cadeia. Estimativas estaduais dão conta de que cada emprego em Wall Street cria três outros na região metropolitana de Nova York. Só neste ano, Wall Street cortou 25 mil postos de trabalho; outros 10 mil estão na berlinda com o colapso do Lehman Brothers e a venda apressada do Merrill Lynch, para o Bank of America por US$ 50 bilhões (conforme divulgado no próprio site do banco www.ml.com).



Euforia
No Brasil, hoje (19/09), as bolsas iniciaram as operações em clima de euforia. Às 10h20 o Ibovespa atingiu alta de 7,15%. Segundo os economistas de plantão, todas as ações negociadas estão em alta, com destaque para Petrobrás (7,70%) e Vale (6,50%), que ajudaram a elevar o pregão. Outros motivos para essa euforia seriam: a notícia, ainda não confirmada, da criação, pelo governo americano, de uma agência para absorver os ativos imobiliários podres e a coletiva do presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, anunciado a venda de dólar com garantia de compra, o que gera liquidez para o mercado.

Avicultura positiva
Outra boa notícia veio da avicultura brasileira. A Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) anunciou no final da tarde desta quinta-feira (18/09) o desempenho das exportações do produto no acumulado de janeiro a agosto de 2008 e os resultados isolados deste último mês. Entre janeiro e agosto, as exportações de carne de frango totalizaram embarques de 2,5 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 17% na comparação com o mesmo período de 2007. Segundo a Abef, nNesses primeiros oito meses de 2008 a receita cambial somou US$ 4,8 bilhões, o que representa um aumento de 56% na mesma comparação.

No mês de agosto, os embarques foram de 323 mil toneladas, com um incremento de 6% em relação ao mesmo mês em 2007, enquanto a receita cambial no mês totalizou US$ 688 milhões, com aumento de 45%.

O presidente da entidade, Francisco Turra, explica que o crescimento entre janeiro e agosto de 2008, porém, ocorreu simultaneamente a uma acentuada redução da rentabilidade do setor, diante da valorização do real frente ao dólar e dos aumentos de custos de insumos avícolas como o milho. “Inclusive, em função da conjuntura, é necessária uma articulação entre setor privado e governo ederal para finalizar o processo de abertura para novos mercados, como a China, e também para aproveitar oportunidades que se apresentam no fornecimento de carne de frango para a Rússia”, arremata Turra.