O diretor de estatísticas e apoio às exportações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, explicou nesta quarta-feira (2) que a queda de 3,4% na média diária das exportações de abril em relação ao mesmo mês do ano passado foi causada, em parte, pela menor quantidade de dias úteis no mês.
No caso da soja, por exemplo, houve redução nos embarques na comparação com abril de 2017, apesar dos preços da oleaginosa em alta. A perspectiva do mercado, entretanto, é de que a crise entre Estados Unidos e China favoreça o grão brasileiro. “Em abril do ano passado, foram embarcadas 10,4 milhões de toneladas, contra 10,26 milhões de toneladas no mês passado”, destacou.
Brandão citou ainda a queda de 15% no preço do minério de ferro ante abril de 2017, mas ponderou que o preço do produto vem se recuperando ao longo dos últimos meses. “Há também queda na exportação de açúcar em bruto devido a aumento da oferta mundial, e por isso há inclusive uma tendência de aumento da produção de etanol”, completou.
Segundo ele, o embargo da União Europeia para a carne de frango brasileiro – anunciado na segunda quinzena de abril – não tem grande impacto sobre o resultado da balança comercial, porque os dez os frigoríficos atingidos venderam apenas US$ 84 milhões para o bloco no ano passado.
“O valor não é tão relevante para a balança, pois representa apenas 1,2% das vendas de frango do País. Em abril, as exportações de carne de frango para o bloco inclusive cresceram 213%, sendo 54,5% de aumento em volume”, acrescentou.
Pelo lado das importações, Brandão afirmou que, em abril, continuou a trajetória de crescimento das compras do exterior, puxada pelo aquecimento da atividade econômica.
“Esperamos que as exportações cresçam menos que as importações neste ano. A safra de 2018 é menor e, além disso, a tendência é mesmo de uma acomodação das exportações ante a base elevada de 2017”, explicou.
A despeito das medidas que os Estados Unidos devem tomar para sobretaxar ou impor cotas ao aço e alumínio brasileiros, o MDIC ainda não revisou a projeção para o superávit comercial deste ano. “Mantemos a previsão de saldo comercial na casa dos US$ 50 bilhões em 2018. Estamos analisando o cenário e poderemos fazer uma revisão, se necessária”, concluiu.