Parece que o embargo russo fez bem para as exportações de carnes do Brasil. Os importadores russos, provavelmente sabendo antecipadamente das barreiras que seriam impostas, aceleraram as compras.
O resultado foi que as importações russas cresceram. As de carne suína foram as mais afetadas pelo embargo, mas também as que mais evoluíram no mês passado.
As exportações brasileiras desse tipo de carne somaram 46 mil toneladas, 19% a mais do que em maio. Do total de carne suína que saiu do país, 53% foram para a Rússia.
As importações russas saltaram de 14,9 mil toneladas em maio para 24,3 mil em junho. A alta foi de 64%.
As exportações de carne bovina, puxadas pelo ritmo maior de compras do Egito, subiram para 78 mil toneladas, 22% mais do que em maio. Já no setor líder -o de frango-, as exportações somaram 311 mil toneladas, com aumento de 2,6%.
Em pleno mês de embargo feito por um dos principais compradores de carnes do Brasil, o país conseguiu colocar 435 mil toneladas no mercado externo, com receitas de US$ 1,16 bilhão.
Os dados do mercado externo são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e se referem às carnes “in natura”. Os dados finais divulgados pelas entidades de cada setor indicarão pelo menos 10% a mais.
Analisando esses dados e o cenário interno, Pedro Camargo Neto, da Abipecs (produtores e exportadores de carne suína), diz que “o fundo do poço já passou”.
Duas notícias mostraram o cenário um pouco melhor: o aumento de exportações e o maior plantio de milho nos EUA, o que desacelera os preços do cereal no exterior.