A superação das dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar no Paraná depende da unificação das agendas das instituições do governo do Estado, do governo federal, dos municípios e das instituições que representam a iniciativa privada e os movimentos sociais. A mensagem defendendo a união de ações é do secretário da Agricultura e presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf), Norberto Ortigara, que nesta terça-feira (22) presidiu a primeira reunião do conselho.
O Cedraf é composto por 33 entidades do governo, iniciativa privada e movimentos sociais, e deverá ganhar mais duas representações com a entrada da Câmara Setorial da Juventude Rural e da Cooperativa Central dos Assentados da Reforma Agrária.
Para Ortigara, o Cedraf é o fórum qualificado para discussões que tem como objetivo o avanço da agricultura familiar. Ele salientou que vai conduzir as ações em nome do Estado, o que é responsabilidade do governo, independente das questões partidárias. Assim como Ortigara, 50% dos integrantes do conselho estavam participando da reunião pela primeira vez, em função do processo de renovação do órgão.
Participaram da reunião o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Paraná, Reni Denardi, o presidente da Associação dos Municípios do Paraná e prefeito de São Jorge do Patrocínio, Claudio Palozi, entre outras lideranças.
A preocupação dos conselheiros é a manutenção da assistência técnica pública nos municípios. Ortigara lembrou que o governo do Estado autorizou a reposição de quadros da Emater-PR, numa programação de 100 novos técnicos por ano até atingir o limite de funcionários que a legislação permite.
Como representante do governo, Ortigara expôs as estratégias que vão favorecer o desenvolvimento da agricultura familiar e o enfrentamento de suas dificuldades no Paraná. Ele destacou a necessidade de levar uma condição de vida melhor para as famílias do campo, proprietários e trabalhadores rurais. Segundo o secretário, haverá mais atenção aos jovens e idosos no campo, por meio de programas de qualificação técnica e geração de renda para complementação de aposentadorias dos idosos.
Na questão da infraestrutura, Ortigara anunciou que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento vai concentrar esforços na readequação de estradas rurais, que ajudam as propriedades a ganhar competitividade. Assumiu o compromisso de constituir cerca de 60 patrulhas rurais por meio de consórcios municipais que irão atuar na readequação de estradas.
Outras preocupações do governo que deverão ser enfrentadas para melhorar a competitividade da agricultura familiar são o investimento em transporte por ferrovias e em armazenagem. Ortigara admitiu que atualmente o déficit de armazenagem ultrapassa 10 milhões de toneladas e que a intenção do governo é atrair investimentos para ajudar a conservar e proteger a safra e evitar a armazenagem em caminhões.