Redação (20/09/06)- Cinco países árabes estão entre os 30 maiores importadores da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. Arábia Saudita, Argélia, Egito, Emirados Árabes Unidos e Marrocos respondem juntos por quase 5,5% da receita gerada pelas vendas externas do setor, que somaram US$ 43,6 bilhões no ano passado.
Em 2005, a Arábia Saudita, por exemplo, foi o 13 mercado das exportações do agronegócio brasileiro, superando países como Índia, Coréia do Sul, Canadá, África do Sul, Portugal e México. No ano passado, os sauditas compraram US$ 805 milhões em produtos agropecuários brasileiros, respondendo, portanto, por 1,8% das exportações do setor para mundo.
As informações estão no estudo Intercâmbio Comercial do Agronegócio, que avaliou o desempenho do agronegócio brasileiro no período 2000 a 2005, detalhando o comércio bilateral do Brasil com seus 30 principais parceiros do setor agropecuário.
O anuário, produzido pela Coordenação Geral de Organização para Exportação (CGOE) da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), revela, ainda, que o agronegócio brasileiro, além de manter seus parceiros tradicionais, ampliou mercados e expandiu os itens da pauta de exportação.
A estratégia brasileira de manter os parceiros tradicionais e ao mesmo tempo conquistar novos mercados e ampliar a pauta de exportações do setor fez com que o número de mercados para nossos produtos agropecuários saltasse de 182 países em 2000 para 214 no ano passado.
O anuário da SRI mostra também que em 2000 havia uma concentração de 18,10% do comércio do agronegócio com os Estados Unidos, valor que no ano passado caiu para 13,7%. Nesse mesmo período os chamados novos mercados aumentaram sua participação na balança comercial dos produtos agropecuários brasileiros.
Caso, por exemplo, de países como a China e a Rússia, que passaram de 2,82% e 2,18% para 7,08% e 6,23% respectivamente. A SRI chama atenção ainda para outros países que tiveram um aumento significativo na participação nas exportações brasileiras de produtos agropecuários. Entre eles, o Egito de 0,6% para 1,2% e a Argélia de 0,2% para 0,7%.
“Quando analisamos regiões, observa-se a crescente importância de novos mercados como Ásia, Oriente Médio, Europa Oriental e África. Essa avaliação mostra, portanto, o crescimento e as participações relativas das regiões e blocos econômicos como destino das exportações brasileiras”, revela o estudo.
O Oriente Médio, por exemplo, que em 2000 respondia por 4,9% das exportações brasileiras do setor, passou a absorver 7% de todas as vendas externas do agronegócio no ano passado. Em receita, o valor passou de US$ 932,2 milhões para US$ 3,05 bilhões – um crescimento de 228% em cinco anos.
O céu é o limite
Com relação aos cinco países árabes que integraram a lista dos 30 maiores compradores de produtos agropecuários brasileiros em 2005, o estudo revela, por exemplo, que, em cinco anos, as vendas para Argélia, Egito, Emirados e Marrocos cresceram em percentuais superiores à média da expansão das vendas externas de produtos agropecuários brasileiros para o mundo.
Isso explica o fato de países como o Egito e a Argélia terem saído de posições como 24 e 30 em 2000, respectivamente, para 18 e 27 em 2005. Marrocos ficou no 28 lugar e os Emirados no 20.
“E tudo indica que em 2006 esses países deverão avançar ainda mais no ranking dos grandes compradores mundiais dos produtos agropecuários brasileiros”, prevê o economista Eliezer de Lima Lopes, da Coordenação-Geral de Organização Para Exportação do Departamento de Promoção do Departamento Internacional do Agronegócio da SRI/MAPA.
Nesse período, o economista disse que ocorreu uma expansão das exportações do agronegócio para quase todos 22 países árabes, que no ano passado compraram do Brasil US$ 3,4 bilhões em produtos da agricultura e pecuária.
Lima Lopes informou ainda que, no ano passado, os produtos agropecuários foram responsáveis por 66% das exportações brasileiras para aquela região do mundo. Tendência que deverá se manter nesse ano.
“Hoje, os 22 países árabes se constituem num dos 20 principais mercados do agronegócio brasileiro. Além disso, essas nações, além de aumentarem em dólar as suas compras do Brasil, estão, a cada ano, agregando valor às suas importações”, disse o economista, acrescentando que, no ano passado, as exportações para os 22 países árabes representaram 7,8% das exportações totais do agronegócio. Ele prevê que em 2006 essa participação poderá ultrapassar aos 10%.
Como exemplo, ele citou os últimos dados da balança comercial do agronegócio, divulgados este mês, mostrando que o Egito passou da 18 posição para a 16, os Emirados da 20 para a 19 no ranking dos maiores compradores mundiais do agronegócio brasileiro.