Da Redação 25/06/2004 – 06h29 – O adido agrícola da embaixada da Argentina no Brasil, Fernando Urbani, informou ontem à noite que o país deve reabrir as fronteiras para as carnes do Brasil na próxima semana. Urbani disse ainda que o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar recebeu ontem o relatório completo do Departamento de Defesa Animal do Mapa, sobre o foco de febre aftosa localizado na semana passada, no Pará.
Os documentos foram entregues ao secretário de Agricultura da Argentina, Miguel Campos, que analisará as explicações brasileiras, resultantes da visitação feita ontem pelo Mapa, junto com a agência agropecuária do Pará, na fazenda com o foco. O ministro interino do Mapa, Linneu Costa Lima confirmou que Campos admitiu que o embargo foi um equívoco provocado pela imprensa argentina, que teria confundido Pará com Paraná.
Já a suspensão do embargo da carne brasileira, efetuado pela Rússia, também não se confirmou. “Como a Argentina fechou, os russos continuaram fechados, isso deu argumento a eles”, apontou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao afirmar que o foco está sendo usado como desculpa pela Argentina para proibir a entrada de carne brasileira no país. O governo russo solicitou mais informações sobre o caso. Hoje, Costa Lima deverá reunir-se com o primeiro-vice-ministro da Agricultura da Rússia, Sergei Dankvert.
O presidente em exercício, José Alencar, afirmou que o foco é “um caso isolado que está sendo visto seriamente pelo governo, mas não há nenhum risco de contaminação”. O presidente da Associação Argentina de Produtos Suínos, Juan Luís Ucelli, apoiou o embargo. “É o mínimo que se podia fazer. O Brasil nos fechou a fronteira de Tartagal em 2003”, enfatizou, acrescentando que, dessa forma, a Argentina se fortalece junto ao Mercosul.