Um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira e responsável pelo superávit da balança comercial, a agropecuária espera que a presidente eleita, Dilma Rousseff vá além do atual governo nas atenções ao setor. Para os grãos, é preciso dar suporte não só ao plantio, com crédito, mas também no financiamento da comercialização. Apesar da economia estar em alta, o segmento enfrenta uma série de problemas, o que se refletiu na eleição. A petista não venceu nas regiões Sul, Centro-Oeste e em São Paulo, que produzem cerca de 70% da agropecuária brasileira. O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faesc), José Zeferino Pedrozo, avalia como positivas as declarações feitas até agora por Dilma, de alguém com a responsabilidade de administrar um país grande como o Brasil. Segundo ele, a oferta de crédito para o plantio aumentou, mas o país enfrenta dificuldades na comercialização porque, na hora da safra os preços caem. Isto atinge produtores de todos os portes e muitos nã o conseguem pagar o financiamento que fizeram para a safra. Cita o caso do milho, que, na safra, estava a R$ 14 por saca e, agora, subiu para R$ 20.
Médio produtor
Quem está sofrendo mais, em Santa Catarina, é o médio produtor rural, observa o presidente da Faesc, José Pedrozo. Isto porque ele não tem capital próprio, como o grande, e não conta com o tratamento diferenciado que o governo dá ao pequeno produtor, via Pronaf. A tendência, então, é ele virar pequeno, alerta o líder rural. Outra preocupação no Estado é com as ameaças de desapropriações de terras produtivas. Isto vem acontecendo com uma certa frequência. Pedrozo recomenda à presidente orientar o Incra para que desaproprie apenas áreas improdutivas, que são poucas, pelo perfil de pequenas propriedades em SC.
Câmbio e logística
A preocupação da presidente Dilma com o câmbio é bem-vista pelo setor agropecuário, que está vendo a renda cair com as exportações devido ao dólar baixo. Como o mercado interno está aquecido, o setor está direcionando a produção ao mercado nacional. Mas a dúvida é sobre a manutenção da competitividade internacional no futuro. Outra preocupação do setor é a infraestrutura. José Zeferino Pedrozo observa que algumas rodovias do Estado, como a BR-282, estão recebendo melhorias, mas outras seguem com dificuldades, como a 280 e 470.