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Economia

Aumento no valor da carne bovina registrado em agosto deve seguir

Para analistas, aumento no valor da carne bovina registrado em agosto deve seguir nas gôndolas até o próximo ano.

Na balança dos açougues e nas gôndolas de supermercado, o aumento no valor da carne bovina registrado em agosto deve perdurar até o início de 2011. A entressafra – período em que faltam pastos para os animais por conta do tempo seco – é a principal responsável pela variação de preço, apontada na cidade como próxima dos 20% de aumento.

De acordo com a nutricionista e proprietária do Açougue São João, no Mercado Municipal, Débora Ubisses Puga, o segundo semestre do ano representa queda na produção pecuarista e maior custo na produção da carne de corte. De agosto a dezembro, a temporada sem chuvas desfavorece o setor.

“Com o tempo seco e a falta de pastos, os animais acabam ficando confinados. Isso encarece o produto final”, explica.

A ponta de alcatra, de primeira, registrou aumento de 8% este mês (de R$ 11,90, passou a custar R$ 12,90). O miolo de acém, que custava R$ 8,99 no início de agosto, agora equivale a R$10,90/kg. No açougue, a variação chega a R$ 1,50 para carnes de segunda e R$ 1 para carnes de primeira, os cortes nobres. “Até o fim das festividades de Natal e Réveillon, o preço deve se manter. É a oportunidade que os produtores têm para recuperar as perdas dessa entressafra”, argumenta.

O comerciante Álvaro Dias busca variar seu paladar na hora das compras. “Quando a carne vermelha sobe um pouco, acabo procurando outras alternativas, como a carne de frango e de porco”, comenta o vendedor. “Em casa não deixo faltar o alimento. É difícil encontrar algum produto que sobreponha o valor nutricional da carne”, explica Dias.

A queda no volume de vendas do açougue fica numa margem que varia de 10 a 30%. Cortes mais populares, como carnes cozidas e de panela, mantém o caixa equilibrado. “As carnes de segunda acabam sendo inflacionadas por essa menor procura dos cortes nobres. O mercado busca se equacionar”, afirma Débora.

Segundo a nutricionista, o clima quente requer cuidados extras com armazenagem do produto. “A carne perde mais água nesse período. É preciso que o consumidor se atenha a esse detalhe na hora das compras. As condições de pesquisa não devem se pautar somente no preço, e sim na qualidade. Os próprios açougues acabam sendo prejudicados com esse fator, já que necessitam ter mais atenção na armazenagem do produto”.