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Avanço nas carnes estimula o mercado de ração animal

<p>Queda recente nos preços de grãos contribuiu para o crescimento.</p>

Da Redação 20/06/2005 – O crescimento das exportações brasileiras de carnes e a queda nos preços do milho e da soja – principais insumos da ração – levaram o setor de ração animal a rever suas metas para este ano. O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) estima que a produção nacional alcançará 48 milhões de toneladas neste ano, volume 10,6% acima do registrado em 2004. A estimativa feita em dezembro era de 47 milhões de toneladas, ante 43,34 milhões em 2004. Em receita, o setor mantém previsão de crescer 7,1%, saindo de US$ 8,4 bilhões para US$ 9 bilhões.

Mario Sergio Cutait, presidente do Sindirações, observa que o setor foi favorecido pelo aumento da demanda e pela redução nos custos de produção. “O consumo de ração cresceu nas principais setores de carnes, que estão fortemente impulsionados pelas exportações.”

Segundo a Abef (reúne exportadores de frango), as vendas externas até maio subiram 26,8% em receita, para US$ 1,225 bilhão, e 24,5% em volume, para 1,107 milhão de toneladas. No mesmo período, os embarques de carne bovina cresceram 29,4% em receita (para US$ 1,156 bilhão) e 31,7% em volume (915,9 mil toneladas), segundo a Abiec (reúne exportadores). As vendas externas de suínos cresceram 23,8% em receita (US$ 242,6 milhões), embora tenham recuado 5,87% em volume (181,1 mil toneladas), segundo a Abipecs.

“O consumo de ração também está maior na pecuária de leite, na piscicultura e no mercado pet”, diz Cutait. Ele observa que o setor foi favorecido pela queda nos preços do milho e da soja nos últimos meses. Cálculo do Valor Data, realizado com base nos contratos de segunda posição negociados na bolsa de Chicago, indica que nos 12 meses encerrados em maio, o preço do farelo de soja caiu 32,61% em relação aos 12 meses anteriores, para US$ 2,9232 por bushel, e o preço do milho recuou 27,84%, para US$ 2,9963 por bushel.

“Como os preços das matérias-primas caíram, houve pressão para reduzir os preços das rações, e por isso o setor prevê um crescimento em receita menor do que em volume”, observa. Ele afirma que a queda do dólar frente ao real também ajudou a pressionar as cotações.

Pela estimativas do setor, o consumo de milho para ração deve crescer 7,7%, para 28 milhões de toneladas este ano. O de soja de soja deve aumentar 15%, para 10 milhões de toneladas.

O quadro favorável para o setor estimulou o crescimento de fábricas de ração montadas dentro das fazendas pelos pecuaristas para o consumo próprio, segundo Cutait.

O setor de rações espera manter o ritmo de exportações alcançado em 2004, quando os embarques somaram 105 mil toneladas, com receita de US$ 120 milhões, segundo Flavia Ferreira de Castro, coordenadora técnica do Sindirações.

Entre 11 e 13 de julho em São Paulo, o Sindirações promove o I Global Feed & Food Congress, o primeiro congresso mundial da FAO (braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação) sobre segurança alimentar na cadeia do agronegócio.