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Economia

Aves de corte fomentam renda no interior do Paraná

Da produção de frango a distribuição de produtos processados, cadeia avícola gera renda e mantém trabalhador no campo.

Aves de corte fomentam renda no interior do Paraná

O uso da mão de obra intensiva consolidou a avicultura como a maior geradora de empregos e renda do agronegócio paranaense. A complexa cadeia produtiva de aves de corte gera no Paraná cerca de 550 mil empregos diretos e indiretos segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o que representa 5% da população.

Nos últimos 10 anos a produção de frango mais que dobrou no Paraná, saltando de 676 mil cabeças abatidas em 2001 para quase 1,4 milhão atualmente. As exportações aumentaram 230% em uma década, passando de 314 mil toneladas para 1,04 milhão. Os números impressionam e movimentam a economia do interior paranaense.

Durante a visita de campo pelos principais polos avícolas, a equipe técnico-jornalística da Expedição Avicultura, projeto que fará uma análise do setor, constatou que a mão de obra especializada está, em grande parte, concentrada em pequenas propriedades e tem mudado a realidade de muitas cidades. Dos 43 municípios paranaenses que apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) superior à média estadual, mais de 90% têm avicultura forte e 24 deles figuram entre os 100 maiores plantéis de aves do Paraná.

Em Cafelândia, cidade que tem o nono maior plantel de aves do Paraná, a atividade avícola faz a diferença. O município que tem apenas 12 mil habitantes ostenta o 7º maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do estado, superior a R$ 15 mil por habitante, e ainda ocupa a 46ª colocação entre os 399 municípios do Paraná no ranking estadual de IDH.

Somente o abatedouro da Cooperativa Agrícola Consolata, a Copacol, emprega quase 2.500 funcionários, enquanto no campo integra mais de 800 avicultores. Segundo o presidente da empresa, Valter Pitol, 70% dos cooperados são pequenos produtores e a maioria tem na avicultura a principal fonte de renda.

A Expedição também constatou que o cenário é bem semelhante em Siqueira Campos, no Norte do estado. O município tem cerca de dois milhões de aves alojadas. Para manter o trabalhador no campo, a prefeitura ainda incentiva a atividade avícola oferecendo auxílio à terraplanagem, transporte de materiais e cascalhamento das estradas. “A avicultura é um excelente negócio não só para o produtor e para a indústria, mas para toda a cidade”, afirma o diretor de Indústria, Comércio e Desenvolvimento da prefeitura de Siqueira Campos, Cláudio Chomski.

O incentivo está dando resultados. Charles Toniette é um exemplo de como a avicultura gera renda suficiente para frear a saída do campo. O jovem produtor, formado em administração, não pensa em deixar a propriedade para tentar a vida na cidade. “Na cidade não dá para ganhar o que eu ganho aqui. Sair do sítio nem pensar”, revela o jovem produtor.

Em Corbélia, o integrado Leomar Casarolli tem quatro aviários e 170 hectares de lavoura. Com renda a cada 60 dias, o produtor garante o capital de giro da propriedade com a avicultura. “Se você andar pelo interior vai ver que cada família tem um aviário e vivendo muito bem, com salário digno, casa, luz, internet e podendo até pagar faculdade para os filhos”, relata. 

O prefeito de Novo Itacolomi, Moacir Andreola, revela que a população aumentou nos últimos anos com a geração e distribuição de renda promovida pela avicultura. Junto com a banana, a avicultura é a principal atividade econômica do município, que tem 70% do PIB ancorado na produção de frango.

Expedição Avicultura

A Expedição Avicultura é um projeto do Agronegócio Gazeta do Povo, que detém o know-how e a capilaridade da Expedição Safra, realizada da há seis temporadas, com oferecimento do Grupo Unifrango e apoio técnico do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindivipar).

A equipe visitará os principais polos avícolas do Paraná, o maior produtor e exportador de carne de frango do país. O levantamento técnico-jornalístico irá mapear a atividade e debater todas as variáveis que influenciam o setor, desde a produção, passando pelo abate até a exportação. Além de números do segmento avícola, o projeto vai discutir tecnologia, manejo, genética e competitividade e traçar um diagnóstico das tendências para o setor nos próximos 10 anos.

A cobertura completa da Expedição Avicultura pode ser acompanhada pelo site www.expedicaoavicultura.com.br. Na página são publicados todos os textos produzidos pela equipe técnico-jornalística que está em campo, além da cobertura fotográfica, slides show e vídeos.