As vendas de Natal devem se igualar às obtidas pelo setor avícola gaúcho no ano passado, mas, ainda assim, serão insuficientes para cobrir as perdas do setor com a desvalorização do dólar e a crise mundial. As empresas pretendem vender 80 mil toneladas de peru e outras aves natalinas, com preços até 7% superiores aos de 2008. Ainda assim, a projeção da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) é de que o Estado encerre 2009 com venda de 1,2 milhão de toneladas, alta discreta de1%. Já os abates devem somar 736,9 milhões de aves, queda de 2,8% no período. “A tendência é mantermos volume e preços com discreto crescimento. Até porque, o histórico do ano mostra estabilidade na quantidade e queda na receita. Não seria agora que sairíamos do fundo do poço”, afirma o secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos. A estimativa é de que a receita com a venda de produtos de Natal chegue a R$ 64 milhões. “É um valor que reforça a renda em uma situação em que os preços em geral apresentaram depreciação”, explica.
O período de maior procura estimula as empresas a apresentarem novidades para ampliar sua fatia no mercado. O frigorífico Marfrig, por meio da marca Mabella, amplia a oferta de opções para as festas de final de ano ao lançar o peru temperado. “Algumas ações, com a criação da Brasil Foods, precipitaram esta medida e nos fizeram entender que seria uma ótima oportunidade”, salienta o diretor de marketing da Marfrig, Sérgio Mobaier. A investida é resultado da aquisição recente da planta de peru da Doux Frangosul, em Caxias do Sul. “Nossa perspectiva é muito boa com relação aos produtos natalinos de aves e suínos. Isso reflete a nossa aposta de que o fim do ano seria mais aquecido”, destaca. A aposta da marca tem como base também a expectativa de aceitação dos consumidores a um produto de qualidade, porém com preço mais competitivo. “Nossa expectativa é dobrar o volume deste ano em relação a 2008.”
A Brasil Foods – resultado da fusão entre Perdigão e Sadia – não divulga projeções para as vendas no período, mas aposta na combinação de sabores para atrair os clientes. A Perdigão lança o Chester com azeite e ervas e também amplia a linha de molhos Celebrare Perdigão, com os sabores mostarda, mel e damasco; agridoce com cereja, toques de laranja e abacaxi e chutney de manga.
Para Eduardo Santos as empresas investem com foco nas festas de fim de ano pela possibilidade de agregar valor. “Além disso, a tendência é maior o estímulo do consumo da carne de peru ao longo do restante do ano, considerando a busca do público por alimentos mais saudáveis e leves.”
A projeção da Asgav é que o Estado encerre este ano com abate de 736,9 milhões de aves, uma queda de 2,8% em relação a 2008.