O crescimento nos próximos anos da JBS SA, maior processadora de carne bovina e de frango do mundo, deve vir principalmente de aves e alimentos processados e menos de operações mundiais de bovinos, disse o presidente da companhia, Wesley Batista, na sexta-feira (15), durante uma teleconferência com analistas.
Desde dezembro do ano passado, a JBS arrendou ou adquiriu oito empresas envolvidas em aves no Brasil, um rápido esforço feito pela maior processadora para ganhar terreno contra o líder em aves no mercado interno, a BRF. O mais recente negócio foi um acordo no final de julho para adquirir as operações de aves no Brasil e no México da Tyson Foods por US$ 575 milhões. Para o atual trimestre, Batista espera ter ganhos de cada unidade de negócios da JBS, particularmente de carne bovina dos EUA. Ele citou o fechamento de duas plantas de processamento de carne bovina da Cargill no ano passado como um fator positivo para as perspectivas da JBS no país. A empresa não acredita que qualquer uma das plantas fechadas da Cargill sejam viáveis para voltar a operar, disse Batista. “Nós vamos ter um trimestre na divisão de bovinos expressivamente superior do ponto de vista da margem e rentabilidade.”
A unidade de negócios mais nova da empresa, a JBS Foods, deve se beneficiar de sinergias de R$ 1,2 bilhão com a Seara até o final deste ano, disse o presidente da JBS Foods, Gilberto Tomazoni. A JBS adquiriu a Seara da Marfrig Global Foods em junho de 2013, um acordo que alçou o gigante de carne bovina à segunda posição na avicultura brasileira, e para o primeiro lugar no mundo em processamento total de aves (considerando-se a Pilgrim’s Pride nos EUA). Cerca de R$ 700 milhões em redução de custos já foram alcançados com a integração da Seara, disse Tomazoni. Apesar dos ganhos de vendas em quase todas as unidades de negócios, a JBS registrou lucro líquido de R$ 254,3 milhões no segundo trimestre, uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, anunciou a empresa quinta-feira à noite (14).