Redação AI 05/01/2004 – 00h35 – A Avícola Felipe, de Paranavaí, está se preparando para ampliar as exportações e se adequando para vender frango para a Comunidade Européia. A empresa, uma das 50 maiores avícolas do País, está inscrita na lista geral de exportadores, mas com a instalação de diversos controles de qualidade específicos, tera condições de atender todos os mercados mundiais. Segundo Mario Camargo, diretor de produção e mercado, o plano de metas da Felipe – que adota o nome fantasia Mister Frango – é passar de 5 mil toneladas vendidas para o exterior em 2003 (que representam 15% do volume produzido) para aproximadamente 12 mil toneladas em 2004 (mais de 30% do volume produzido) totalizando faturamento de R$ 30 milhões.
Instalada em Paranavaí desde 1995, a Avícola Felipe S.A é uma sociedade familiar que atua em todos os estados brasileiros, no ramo atacadista, e no mercado internacional. A idéia de criar uma avícola surgiu do desejo do fundador, Geraldo Felipe, em entrar no mercado agroindustrial. “como a avicultura de corte era praticamente inexistente em Paranavaí, nós optamos justamente por investir nesse mercado, que se mostrou bastante viável”, conta Mario.
De acordo com o diretor, a empresa também foi se aperfeiçoando para atender a demanda externa. “No início, a situação adversa fez com que tivéssemos que adiar este projeto até 1998, quando iniciamos as exportações. Mas só atingimos um volume considerável em 1999”. Hoje, são exportadas 650 toneladas mensais, principalmente para Argentina e China. “Estamos negociando os primeiros contratos com Japão, Rússia e países árabes”, relata. Um bom indicador da evolução das exportações da empresa é o numero de contêineres: em 2002, a média era de um por mês; no primeiro semestre de 2003 passou para um por semana; no segundo semestre para um diário e para 2004, a previsão é de dois contêineres por dia. Já há contratos internacionais firmados para todo o primeiro trimestre de 2004.
Para atingir seu plano de expansão, a Felipe pretende ampliar o número de abates nos próximos três anos. “Hoje abatemos 70 mil aves por dia, mas queremos chegar a 105 mil abates diários”, revela Camargo. Treinamento e capacitação foram oferecidos aos 680 funcionários. “Cem foram contratados no último semestre de 2003 e mais 50 serão contratados neste primeiro semestre de 2004”, revela Mario. Há ainda 300 produtores integrados.
Além do abatedouro, a avícola é composta por uma fábrica de sub-produtos e outra de ração para aves. De 3,5 mil metros quadrados de área construída em 95, a empresa passou para mais de 12 mil metros quadrados. Na Felipe, 90% do frango é cortado, aproveitando as melhores partes (cortes nobres) como asa, coxa, peito e filé. O que sobra (o dorso) é transformado em CMS (Carne Mecanicamente Separada), que é vendida para a industria de embutidos.
As três indústrias da avícola (abatedouro, sub-produtos e ração) foram beneficiadas com melhorias tecnológicas, seguindo a meta da empresa de automatizar e modernizar os processos. Foi investido mais de US$ 1,5 milhão. A fábrica de rações ganhou uma desativadora de soja, que realiza a tostagem do grão para que ele possa ser consumido pelos animais. Já o abatedouro foi equipado com um túnel de congelamento contínuo, ampliando a capacidade de congelamento dos frangos e diminuindo o tempo de congelamento de 8 horas e meia para 4 horas.