Os avicultores do Paraná embora garantam ao estado o título de maior produtor de carne de frango do país, vivem momentos de angústia em função da política econômica vigente, que prioriza os bancos em detrimento de quem produz.
O Oeste do Paraná, em especial Toledo, se considera o berço da avicultura no estado, hoje vive um momento muito sério, pois avicultores pioneiros na atividade não estão conseguindo obter resultados financeiros suficientes para aperfeiçoar seus aviários, sem comprometer a sustentabilidade da família, e quitar seus empréstimos bancários. Também cidades vizinhas, como Cascavel e outras da região oeste sofrem da falta de renda na atividade.
Nos últimos anos a situação foi se agravando e os produtores sem receita, obrigam-se a contratar crédito não subsidiado junto aos bancos, e nestas condições passaram a produzir somente para sanar os problemas bancários, esquecendo-se da dignidade da família, bem como dar um rumo devido para seus filhos.É raro quando se encontra uma família de avicultores que os filhos pretendam continuar na atividade.Os financiamentos para este ano, através do programa Moderagro prolongaram os prazos para 10 anos, o que é um avanço, porém esqueceu-se de olhar a taxa de juros.
Qualquer análise financeira do avicultor com as rendas obtidas nos últimos anos, constata que o investimento é inviável.Quando se estabeleceu a taxa de juros a 6,75% ao ano, a taxa Selic brasileira estava em torno de 15%, hoje esta taxa diminuiu, porém a nossa taxa de 6,75% perdura, transformando-se em um câncer que coroe a situação financeira dos avicultores. A taxa máxima para viabilizar a avicultura no momento não poderia ultrapassar os 4,5%.
Também achamos que precisamos reestudar imediatamente a relação integrado e integradora, portanto os contratos, que em nosso modo de ver são unilaterais e priorizam somente um dos lados, devem ser modificados.
Sabemos que 2009 foi um ano crítico para todos porém em 2010 as agroindústrias ganharam fôlego, o que é muito bom, porém os integrados permanecem em condições desanimadoras.
A meta do governo é fornecer alimento barato a população, só esqueceu quem produz o produto primário, ou seja, o produtor não tem para quem repassar seus custos, e cada ano que passa sua renda vem diminuindo.
Esta na hora de estabelecer normas que garantam aos integrados, uma renda mínima, pois a avicultura, que hoje é um destaque nacional, não venha em curto prazo sofrer um esvaziamento, e o homem do campo não se obrigue a abandonar a atividade, e sua família seja mais uma a vir engrossar o numero de sem terras e viver na esperança que o governo o ampare.
Luiz Ari Bernatt – Presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar)