Redação AI 22/04/2002 – Os avicultores do Paraná já ameaçam propor à Assembléia Legislativa a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do frango, a exemplo do que aconteceu com o setor leiteiro, que teve sua investigação parlamentar.
Mais de 150 criadores de frango no sistema de integração da região de Astorga, norte do Paraná, realizaram protesto no final da semana passada, contra os baixos preços pagos pelos abatedouros. No município, onde concentram-se mais de 100 avicultores, mais de 30 aviários já foram desativados.
Segundo informações da região, o avicultor tem recebido em média, não mais que R$ 0,13 por frango vivo, apesar do custo de produção ser superior a R$ 0,16 por unidade. Segundo eles, um criador de 14 mil aves, no período de 60 dias, tem despesas de R$ 2.123,00 e recebe apenas R$ 2.240,00, restando-lhe R$ 117,00, para remunerar o capital investido (galpão, mão-de-obra, energia elétrica, encargos sociais, gás e despesas diversas).
Pelo sistema integrado, os abatedouros entregam o pintinho de um dia, as rações, medicamentos e fornecem assistência técnica. Com cerca de 52 dias de vida, as aves são entregues com peso médio de 2,4 quilos.
O preço médio estadual recebido pelo avicultor pelo frango vivo, iniciou o mês de março cotado a R$ 0,96/kg, significando uma queda de 2% em relação ao valor praticado no final do mês de março (R$ 0,98). No dia 18 a cotação, na média estadual, situou-se em R$ 0,94/kg, implicando numa retração de 4,2%, se comparado à média final de março.