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Economia

Avicultura catarinense cresce 6%

Apesar das dificuldades - insumos em alta e desvantagem cambial - a avicultura industrial catarinense chega ao fim do ano sinalizando um crescimento de 6% no faturamento e 4% em volume.

Apesar das dificuldades – insumos em alta e desvantagem cambial – a avicultura industrial catarinense chega ao fim do ano sinalizando um crescimento de 6% no faturamento e 4% em volume, de acordo com o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila.

O dirigente analisa o quadro atual do mercado de carnes e as perspectivas para o próximo ano.  Um dos mais experientes executivos da indústria brasileira de carnes, com 32 anos de atividade na área, Ávila é engenheiro químico pós-graduado em processamento de alimentos. Tem 53 anos de idade e é natural de Criciúma (SC).

Santa Catarina é o segundo maior produtor de aves do Brasil e o maior exportador. A receita com as vendas externas supera 1 bilhão de dólares. O abate anual é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil.

Quais os fatos que marcaram a avicultura em 2011 na avaliação da Acav?

CLEVER PIROLA ÁVILA – O ano foi marcado pela consolidação de mercados recentemente conquistados e pelo fortalecimento das entidades do setor, entre elas, a própria Acav e Ubabef.

Quais foram as principais dificuldades da avicultura durante o ano?

CLEVER ÁVILA – Enfrentamos durante o ano dificuldades com o alto custo das matérias-primas, principalmente milho e farelo de soja, além dos problemas decorrentes da perda de produtividade pela alta valorização do real em relação ao dólar. 

Como essas dificuldades foram neutralizadas ou minimizadas?

CLEVER ÁVILA – Várias ações foram perpetradas para aliviar esses problemas, como a busca de matérias-primas alternativas para minimizar o impacto de custos e importação de grãos. A questão cambial foi discutida com o Governo Federal.

Quais os avanços registrados neste ano?

CLEVER ÁVILA – Caminhamos na revisão do RIISPOA, o regulamento de inspeção de produtos de origem animal, e evoluímos com a aprovação do uso da tecnologia de alta precisão.

Na evolução econômica do setor, a que resultados chegou a avicultura industrial brasileira?

CLEVER ÁVILA – Acreditamos que encerraremos o ano com um aumento de 4% em quantidade e 6% em faturamento.

A questão dos insumos atormentou a avicultura em 2011?

CLEVER ÁVILA – O preço do milho alcançou outro patamar em função da manutenção do destino em grandes quantidades do grão norteamericano para a produção de biocombustível e das aquisições pontuais e em grandes quantidades, pela China, do milho Brasileiro. Este patamar de preços deve se manter elevado.

De que forma a avicultura de SC administrou o abastecimento de milho e os custos de produção nas granjas?

CLEVER ÁVILA – Para suprir a demanda interna foi necessário adquirir maiores quantidades na safra e safrinha do milho brasileiro e importar o grão.

Houve crédito suficiente para expansão e investimentos na avicultura brasileira?

CLEVER ÁVILA – As linhas de crédito para investimentos são as mesmas e não houve nenhuma evolução neste aspecto, seja da iniciativa privada, do Governo Estadual e até do Governo Federal. O mesmo pode-se afirmar sobre as linhas de crédito para capital de giro.

Conquistaremos novos mercados externos em 2012?

CLEVER ÁVILA – O plano é manter os mercados conquistados e buscar alternativas no Continente Africano e na Indonésia.

Aumentaremos o consumo per capita de carne de frango no Brasil?

CLEVER ÁVILA – Isto já é uma rotina anual e certamente teremos uma evolução vegetativa.

O que precisa ser revisto e aperfeiçoado para 2012?

CLEVER ÁVILA – Nossas reivindicações repetem-se ano a ano, pois a evolução incremental é muito pequena e incluem planejamento estratégico de longo prazo para a agropecuária, revisão da política fiscal tributária brasileira, sistema de compensação na aquisição de milho, similar a oferecida ao nordeste, e logística: ferrovia do frango, duplicação da BR-470 e BR-282, finalização das obras da BR-101, evolução dos portos em competitividade, facilitar o uso do crédito de ICMS acumulado em função das nossas exportações.

A avicultura de corte e de postura crescerá em 2012?

CLEVER ÁVILA – Esta filosofia empresarial de sempre acreditar que tudo vai melhorar nos conduz a aumentos anuais da produção e nos coloca a caminho da busca da liderança na produção, assim como somos na exportação.

Como deve se comportar o mercado do frango e quais são as tendências para 2012?

CLEVER ÁVILA – Acredito que o mercado se manterá equilibrado entre oferta e procura e com preços estáveis. Será ampliada a automatização da indústria, e a OIE deve aprovar os projetos-pilotos do sistema de compartimentalização da saúde animal. Em Santa Catarina, evoluiremos com aspectos tecnológicos na rastreabilidade oficial catarinense, mapearemos o DNA da microbiologia existente na cadeia produtiva e promoveremos Workshop com o Governo de SC para análise de oportunidades conjuntas com a agroindústria.