A criação doméstica de galinhas até pouco tempo era uma atividade secundária na propriedade rural, geralmente deixada sob a responsabilidade das mulheres da família, mas este perfil da criação está mudando. Na cidade de Porto Velho com o aumento da procura por galinha caipira, os preços subiram, em alguns lugares não se leva um frango por menos de R$ 20, essa realidade atraiu novos criadores e em muitas propriedades a criação de aves virou atividade principal.
O engenheiro agrônomo José Pinheiro das Chagas lotado no escritório da Emater-RO, no projeto Porto Verde, km 13 da BR 364, já elaborou mais de 50 projetos de crédito para construção de aviários rústicos para criação das chamadas caipiras, a maioria das propostas são para criações de até 500 aves, mas já tem criador com plantel de mais de 2000 aves.O paranaense Luis Lima e sua esposa Neudmerie possuem uma micropropriedade rural com dois hectares na área atendida por José Pinheiro.
Eles fizeram um financiamento do Pronaf no valor de 14.000 para a construção de um pequeno galpão e a compra de 500 pintinhos e mais a ração necessária.Neudmerie diz que o negócio deu tão certo que eles resolveram ampliar a granja, agora já possuem quase 2000 aves. Construíram mais um galpão e ainda fizeram um cercado com tela para criar e diversificar a atividade com a criação de patos.
A orientação do técnico era de que os frangos estariam prontos para a venda aos noventa dias, quando as aves alcançariam um peso aproximado de 2 a 3 quilos; e para manter o fornecimento constante, eles deveriam a cada 20 dias internar um novo lote de pintinhos. A procura, no entanto, já os fez quebrar o planejamento, Luis Lima que ainda não precisou ir a feira para vender seu produto, porque os compradores vêem a sua casa, diz que está entregando os frangos com 65 dias porque os clientes não querem esperar o tempo necessário para o completo desenvolvimento das aves.O médico veterinário Idevaldo D’orazio é diretor da central matrizeira Aviron, principal fornecedor de pintinhos para Rondônia, Acre e sul do Amazonas.
Ele diz que fornece animais de várias raças conhecidas popularmente como caipirão, são aves que recebendo o manejo adequado crescem até 4 quilos em 100 dias, com uma conversão alimentar em torno de 2,5 (quantidade de ração para fazer um quilo de carne), diz o veterinário; este desempenho é um pouco menor que o conseguido com as raças de produção industrial, mas tem a vantagem de obter frangos parecidos com os caipiras tradicionais, tanto na plumagem quanto na textura e sabor da carne.Os preços conseguidos pelos criadores são variáveis de acordo com a estratégia comercial, padrão do produto oferecido e oscilações de oferta.