Produtores de frango da região de Maringá descobriram o caminho das pedras para fugir da crise no mercado internacional. Tradicionais compradores de produtos nacionais, como a União Europeia, Estados Unidos e Rússia, enfrentam tantas dificuldades internas que foram obrigados a cortar suas compras externas.
Desde o estouro da crise, deflagrada em setembro de 2008 nos Estados Unidos, as compras mensais, em dólares, de produtos maringaenses pela Rússia foram reduzidas em 97,76%, as da União Europeia em 80,45% e dos Estados Unidos, em 51,76%. A saída para manter a exportação é a aposta em outros mercados, os chamados emergentes. O volume de compras de Hong Kong cresceu 305,63% no mesmo período em que norte-americanos, europeus e russos cortaram as compras de mercadorias maringaenses.
Com a manutenção do consumo nesses países, a produção de frango ignora a crise global e investe em ampliação. Um dos maiores abatedouros de Maringá, a empresa Frangos Canção, anunciou uma ampliação inimaginável em outros setores da economia: vai contratar 600 pessoas até o final de 2009 e pretende aumentar sua produção para o mercado externo.
“Atualmente, 70% da produção é direcionada para o mercado doméstico e 30% para o mercado externo. Pretendemos elevar para 45% o volume de frangos para o comércio exterior”, explica o gerente de exportação da empresa, Edemir Trevizoli Junior.
Para garantir a venda, o próprio gerente agendou viagens ao Oriente Médio, um dos mercados mais exigentes em todo o mundo quando o assunto é carne.
O frango maringaense será consumido nos Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Egito e Arábia Saudita. Além dos países árabes, a Frangos Canção aposta no crescimento do consumo em Hong Kong e na Venezuela. Esses países compraram 30% de todo o frango produzido no ano passado pelo Paraná.
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