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ECONOMIA

Banco do Brasil prevê aumento de até 18% no crédito ao agronegócio em 2023

Essas previsões foram compartilhadas por executivos do banco durante um evento em São Paulo nesta terça-feira (24)

Banco do Brasil prevê aumento de até 18% no crédito ao agronegócio em 2023

O Banco do Brasil está projetando um crescimento entre 14% e 15% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário em 2023. Nesse cenário otimista, a carteira de crédito do banco destinada ao agronegócio deve encerrar o ano com um crescimento de 14% a 18% em comparação com 2022. Essas previsões foram compartilhadas por executivos do banco durante um evento em São Paulo nesta terça-feira (24).

A perspectiva positiva para o setor baseia-se em uma safra abundante com custos mais baixos, o que alivia a pressão causada pela queda nos preços das commodities sobre os produtores rurais. Os executivos acreditam que esse cenário favorável deve se manter em 2024, o que deve resultar em benefícios significativos para o financiamento do agronegócio, abrangendo áreas como custeio, investimentos e comercialização.

“Uma grande parte do crescimento do PIB que estamos vendo vem do agronegócio”, disse Francisco Lassalvia, vice-presidente de Atacado do Banco do Brasil. “Estamos observando uma margem positiva no campo, o que deve beneficiar toda a atividade”, acrescentou Felipe Prince, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos da instituição.

Atualmente, o Banco do Brasil detém 60% de participação de mercado no crédito rural no país. Até 19 de outubro deste ano, a instituição concedeu R$ 154 bilhões em financiamentos para o setor, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2022. Somente para a safra 2023/24, foram destinados R$ 80 bilhões, um aumento de 9%.

No âmbito do Plano Safra atual, o banco pretende liberar R$ 240 bilhões, e durante a Agriculture Investment Conference, os executivos indicaram a possibilidade de aumentar ainda mais esse montante. O Banco do Brasil está trabalhando com a perspectiva de redução das taxas de juros para a temporada atual e o ciclo 2024/25.

“O que temos feito é repassar para nossos clientes logo após a redução das taxas de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), para que eles possam ter acesso a recursos mais baratos e utilizar os próprios recursos para investimentos e expansão das áreas”, explicou Felipe Prince.

Prince destacou que nos últimos anos, as margens positivas na produção agropecuária permitiram que os produtores rurais usassem mais recursos próprios. Esse posicionamento cria uma necessidade maior de contrair crédito nos anos seguintes.

Concorrência e alternativas

Os executivos do Banco do Brasil destacaram durante o painel de debate que o Plano Safra não representa o total do financiamento para o agronegócio e ressaltaram a importância de o setor e o mercado financeiro colaborarem para encontrar outras fontes de recursos que complementem o crédito oficial e atendam à demanda.

Eles também mencionaram que o aumento da concorrência no crédito para o agronegócio é benéfico. Embora o Banco do Brasil não tenha a intenção de perder sua liderança no crédito rural, reforçaram a importância de mais agentes financeiros compartilharem os riscos associados ao setor.

“Agricultores que anteriormente só tinham o Banco do Brasil em seu portfólio agora têm quatro ou cinco bancos, incluindo um ou dois estrangeiros, para análise de crédito. O agronegócio é uma atividade muito intensiva em capital”, explicou Prince.

“Todos os bancos de investimento têm operações voltadas para o agronegócio. Estamos vendo cada vez mais oportunidades no agronegócio, inclusive com investimentos internacionais”, acrescentou Lassalvia. Ele também enfatizou a importância de tornar a agenda positiva do agronegócio brasileiro mais clara, tornando-o mais atraente para investidores estrangeiros. “A recuperação de áreas degradadas pode dobrar a produção brasileira. A agenda é muito mais positiva do que negativa. Precisamos desmistificar pontos que, para nós, são óbvios, mas não são tão claros para os investidores.”