O volume de aplicações do agronegócio do Banco do Brasil, em Mato Grosso, deverá saltar de R$ 1,56 bilhão, na safra 08/09, para R$ 2,02 bilhões na próxima safra, acréscimo de 30%. Os detalhes da operação Plano Safra 09/10 no Estado, serão apresentados hoje (14/07), durante encontro da equipe do Banco com o governador em exercício, Silval Barbosa, às 17h, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.
Para concretizar o aumento do crédito oficial na agricultura empresarial e familiar, o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, estará hoje em Cuiabá para assinar termo de intenção com o governo de Mato Grosso.
O BB vai aproveitar a presença do diretor de Agronegócio em Cuiabá para fazer o lançamento regional do Plano de Safra Agrícola e apresentar as novas regras do PAP para a safra 2009/10.
O gerente de Mercado do Agronegócio do Banco do Brasil em Mato Grosso, Anderson Scorsafava, disse ontem que os produtores já podem procurar as agências do BB, apresentar suas propostas e se inteirar do mecanismo de concessão de crédito. (Veja quadro ao lado)
O maior volume de crédito ficará com a área de custeio, que aumentará sua participação de R$ 900 milhões para R$ 1,17 bilhão. A agricultura empresarial terá sua fatia ampliada de R$ 1,36 bilhão para R$ 1,75 bilhão e, a familiar, passará de R$ 206 milhões para R$ 267,80 milhões.
Este ano, o Banco do Brasil abriu mais cedo a janela de negociação com os produtores mato-grossenses. “Estamos com este procedimento bem adiantamento com muitos produtores”, informou Scorsafava, lembrando algumas mudanças introduzidas pela Resolução 2682, do Banco Central, que estipula os riscos de uma operação do cliente para efeito de provisão de perda para liquidação do débito. Entre as mudanças, está a que permite que os bancos melhorem os riscos das operações rurais, visando à habilitação de novos agricultores aos empréstimos.
“Na primeira etapa, o Banco do Brasil reabilitou em torno de 860 produtores que estavam impedidos de acessar ao crédito, representando um acréscimo entre R$ 40 milhões a R$ 50 milhões. Estamos analisando também a possibilidade de aumentar o limite por cliente”. Em Mato Grosso, o BB conta com uma carteira de aproximadamente sete mil clientes com limite na instituição.
Ele informou que o BB irá reavaliar o risco de todos os clientes da agricultura empresarial, que representa 58% de todo o volume do agronegócio no Estado.
Até então, a avaliação de risco era feita automaticamente por meio de normas do Banco Central (BC), prática que ainda segue para os clientes fora da carteira de crédito rural.
Prática – Com a reavaliação, o cliente do crédito rural poderá ser reclassificado em um nível de risco menor e assim fazer novos financiamentos, ou mesmo prorrogar outras operações. Pelas normas do BC anteriores à mudança, o risco do cliente bancário era classificado com códigos que variavam de AA a H. Para cada nível, os bancos precisam fazer um provisionamento correspondente a um porcentual do valor do empréstimo, que varia de 1%, para o AA, a 100% para o H.
A atual carteira de crédito agrícola do BB obrigou provisões recolhidas para o suporte ao risco de R$ 5,1 bilhões. Em 2003, antes da crise agrícola e da recente crise financeira, a carteira era de R$ 26 bilhões e o provisionamento atingia R$ 493 milhões, ou seja, o crédito cresceu pouco mais de duas vezes e o risco foi multiplicado por dez.