Redação (04/08/2008)- O Banco do Brasil liberou sexta-feira R$ 1,433 bilhão em suas agências para serem aplicados este mês em operações de custeio no campo. O orçamento total da instituição voltado para esta modalidade no novo ciclo agrícola é de R$ 11,1 bilhões. Contrariando as afirmações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o diretor de Agronegócio do BB, José Carlos Vaz, disse que a instituição emprestou em julho R$ 1,29 bilhão para custeio. Isso representa mais que o triplo dos R$ 380 milhões apurados em igual mês de 2007, disse em entrevista à Gazeta Mercantil.
Na semana passada, o presidente da comissão nacional de crédito rural da CNA, Carlos Sperotto, havia dito a este jornal que os produtores não conseguiram contratar os recursos no mês passado porque o governo não tinha aprovado ainda a equalização dos juros.
Mais uma vez o BB negou a informação da CNA. Segundo Vaz, a liberação dos recursos não poderia estar atrasada porque a instituição "possui os entendimentos formalizados", que permitem antecipar a liberação do crédito para o custeio agrícola até que o Tesouro Nacional aprove a equalização.
Com a liberação dos recursos em julho, o banco teria colocado à disposição dos produtores rurais R$ 2,6 bilhões. Vaz prevê que o restante do valor, de R$ 8,5 bilhões, seja liberado no decorrer dos próximos quatro meses.
O Banco do Brasil utiliza recursos da caderneta de poupança e de depósitos à vista para aplicar no crédito rural com juro controlado de 6,75% ao ano. A diferença do juro equalizado sai do caixa do Tesouro Nacional. Já os empréstimos com recursos com taxas livres, que representam R$ 800 milhões do total de R$ 1,1 bilhões, são feitos com o juro praticado nas tradicionais operações do mercado.
No que se refere à equalização do juro, entretanto, essa questão já está prestes a ser resolvida, segundo Vaz, que explicou que quarta-feira (30-07) o BB e o Tesouro Nacional fecharam um acordo em que se definiu a aprovação da metodologia da equalização. Para tanto, a Secretaria do Tesouro Nacional terá que confirmar o acordo com publicação oficial. Tal afirmação foi confirmada pelo secretário adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, que acredita que a portaria deve ser publicada até esta semana.