Da Redação 04/06/2003 – O Banco do Brasil está liberando mais R$ 900 milhões para a safra 2002/03. Com isso, a instituição conclui o financiamento da produção da safra atual, que alcança R$ 15,1 bilhões. Para o próximo ano-safra, a estimativa é que o volume de recursos cresça 20%.
Desse total a ser liberado agora em junho, R$ 500 milhões são destinados ao custeio, sobretudo de trigo e parte da safrinha de milho, que são cultivados no outono e no inverno. Esse volume de recursos também inclui os valores destinados à pecuária, aos avais da Cédula de Produto Rural (CPR) e à comercialização dos grãos.
O valor liberado pelo banco é superior ao estimado anteriormente. Em junho de 2002, a instituição previa a liberação de R$ 13,5 bilhões. No entanto, foi acrescido R$ 1,5 bilhão, em recursos destinados às agroindústrias. Considerando-se apenas o volume para a agropecuária – sem a indústria – o valor é 28,5% superior ao liberado na safra passada, quando foram investidos R$ 10,5 bilhões.
“Com certeza o maior aporte de recursos foi fundamental para a safra recorde deste ano”, avalia Ricardo Alves da Conceição, vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil. Desse total, 65% foram para o financiamento do custeio da safra e o restante para investimento, café e fundos constitucionais.
Crédito de custeio
Para financiar a safra, foram emprestados R$ 9 bilhões, valor 28% superior ao destinado à safra passada. Milho, soja e arroz, com cerca de 70%, foram os produtos que mais obtiveram crédito para custeio. Para a pecuária foram destinados aproximadamente 20% do total de recursos de custeio.
Ricardo Conceição acredita que no próximo ano-safra o banco possa aumentar em pelo menos 20% o volume para financiamento, chegando a um valor próximo a R$ 18 bilhões. Ele não sabe estimar, no entanto, se no total de recursos liberados pelo governo – que na safra passada foram R$ 21,5 bilhões – haverá crescimento semelhante.
“Os ministros estão concluindo os acertos por causa dos recursos equalizados pelo Tesouro Nacional”, afirma. Do valor financiado pelo banco, cerca de 70% têm taxas equalizadas. Havia estimativa de que o Plano Agrícola e Pecuária 2003/04, a ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, tivesse um aporte de cerca de R$ 26 bilhões.