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Economia

BB lidera oferta de crédito rural equalizado na safra 2023/24, com BNDES e cooperativas ganhando espaço

BB poderá disponibilizar R$ 35,056 bilhões em diversas linhas de crédito com taxas mais baixas equalizadas pelo Tesouro, sendo pouco mais de R$ 23 bilhões destinados à agricultura empresarial e R$ 12,053 bilhões para produtores familiares

BB  lidera oferta de crédito rural equalizado na safra 2023/24, com BNDES e cooperativas ganhando espaço

O Banco do Brasil (BB) continuará sendo o principal distribuidor de crédito rural com taxas equalizadas pelo Tesouro Nacional na safra 2023/24, que teve início em 1º de julho, embora com um montante menor em comparação com a safra anterior. De acordo com a Portaria 695, divulgada recentemente pelo Ministério da Fazenda, que detalha a alocação de recursos entre as instituições financeiras, o BB poderá disponibilizar R$ 35,056 bilhões em diversas linhas de crédito com taxas mais baixas equalizadas pelo Tesouro, sendo pouco mais de R$ 23 bilhões destinados à agricultura empresarial e R$ 12,053 bilhões para produtores familiares. Essa quantia representa uma redução de 15,5% em relação aos R$ 41,494 bilhões previstos para o banco na safra anterior. Apesar da diminuição, o BB recebeu a maior fatia, correspondendo a 25,3% do total de R$ 138,276 bilhões em crédito com taxas equalizadas destinado à agricultura empresarial e familiar pelo governo.

Na safra 2023/24, nove instituições financeiras farão sua estreia na distribuição de recursos equalizáveis: Badesul (agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul), os chamados “bancos de fábrica” – Banco John Deere, CNH Industrial e Banco DLL -, Basa (Banco da Amazônia), BRB (Banco de Brasília), as cooperativas Credisis, de Rondônia, e Primacredi, de Mato Grosso, e a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia). Além disso, o Bradesco, que já operou crédito rural com taxas equalizadas em anos anteriores e ficou de fora na safra 2022/23, retorna à lista do Ministério da Fazenda na safra 2023/24, com um valor de R$ 632,8 milhões destinados à agricultura empresarial.

Esses agentes se somam às 11 instituições financeiras que já operavam crédito equalizado na safra anterior e continuarão a distribuir recursos nesta temporada, totalizando 21 instituições financeiras: Banco do Brasil, Banrisul, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Caixa Econômica Federal, Credialiança (Paraná), Credicoamo, Cresol, Sicoob e Sicredi.

O BNDES, como já vinha sendo indicado pelo governo federal, recebeu um reforço na equalização para o ciclo 2023/24: ficará em terceiro lugar, atrás apenas do Banco do Brasil e do Sicredi, com um montante de R$ 26,410 bilhões em crédito equalizado, sendo R$ 14,810 bilhões destinados à agricultura empresarial e R$ 11,600 bilhões à agricultura familiar. Esse valor representa um aumento de 36% em relação aos R$ 19,848 bilhões aprovados no ano passado para o banco público.

O sistema cooperativo de crédito também ganhou força no Plano Safra 2023/24. Sicredi, Sicoob, Cresol, Credialiança, Credicoamo e Credisis oferecerão um total de R$ 49,990 bilhões em crédito com taxas de juros equalizadas, o que corresponde a 36,2% do total, um aumento de 25% em relação aos R$ 40,029 bilhões autorizados para Sicredi, Sicoob, Cresol, Credialiança e Credicoamo no ciclo anterior. O Sicredi lidera a oferta, com R$ 27,453 bilhões, um aumento de 83,5% em comparação com os R$ 14,948 bilhões do ciclo anterior. Em seguida, vem o Sicoob, com R$ 19,214 bilhões, uma redução de 20% em relação aos R$ 24,069 bilhões. A Cresol, que disponibilizou R$ 848,726 milhões em crédito equalizado na safra 2022/23, deve liberar R$ 2,003 bilhões, um aumento de 136%.

A inclusão das cooperativas Credisis, de Rondônia, e Primacredi, de Mato Grosso, juntamente com o reforço na oferta de outras cooperativas de crédito, como Credialiança, do Paraná e Credicoamo, que atua no Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, reforçou a pulverização dos recursos por agentes e regiões diferentes do país.

A Caixa Econômica Federal, que no ano passado havia intensificado sua atuação no setor sob o comando do ex-presidente do banco Pedro Guimarães, deve distribuir R$ 8,482 bilhões na safra 2023/24, o que representa uma redução de 28,6% em relação aos R$ 11,877 bilhões anunciados para o banco no ano passado. Ao longo da safra, houve remanejamentos de recursos para outras instituições financeiras, resultando nessa diminuição.

Considerando o panorama geral, o Banco do Brasil lidera a distribuição de crédito equalizado na safra 2023/24, seguido por Sicredi, BNDES, Sicoob e Banrisul. O Banco John Deere ocupa a sétima posição, logo atrás da Caixa, com um valor de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 3 bilhões destinados à agricultura empresarial.

Quanto aos recursos direcionados especificamente à agricultura familiar, os líderes são Banco do Brasil, BNDES, Sicredi, Sicoob e Banrisul. Para os produtores familiares, apenas 14 instituições financeiras terão limite de crédito equalizado. Além dos mencionados anteriormente, também estão na lista Cresol, Banco John Deere, Caixa Econômica Federal, CNH Industrial, Banco DLL, Credicoamo, BRDE, Credialiança e BRB.