A Brasil BioFuels (BBF), empresa brasileira que atua no agronegócio desde o cultivo de palma, trading, produção de biocombustíveis e geração de energia renovável, iniciou neste mês a primeira fase da usina híbrida de geração de energia que combina biomassa e óleo vegetal, ambos advindos da palma de óleo, em São João da Baliza (RR). A unidade geradora, que contou com aporte do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), tem investimentos que somam R$ 166 milhões e terá capacidade total de 17,9 MW de geração de energia.
O empreendimento é estratégico para o Brasil, porque inaugura um novo modelo de geração renovável, e também para Roraima, único estado que ainda não pertence ao Sistema Interligado Nacional. Até 2020, parte do seu abastecimento elétrico era feito com energia importada da Venezuela, e o restante era suprido com térmicas a diesel. Após o fim do contrato de importação de energia da Venezuela, o fornecimento passou a ser feito exclusivamente com a geração movida a combustível fóssil. Além da poluição que a queima do diesel provoca, nos últimos anos houve vários episódios em que a segurança do abastecimento de energia ficou comprometida, sendo os dois principais a crise do país vizinho e a greve dos caminhoneiros – que paralisou estradas e comprometeu o transporte do diesel.
A nova usina híbrida da BBF vai evitar a queima de cerca de 43 milhões de litros de combustível fóssil por ano na região Amazônica. A substituição do diesel fóssil poupará a população e o meio ambiente da emissão de cerca de 99 mil toneladas de carbono anualmente na atmosfera. “Com essa nova usina termelétrica, teremos o ciclo completo em nossa operação: plantamos, colhemos, esmagamos o fruto, produzimos biocombustíveis e geramos energia elétrica e, a partir de agora, vamos transformar a biomassa resultante em energia e eliminar de forma adequada e produtiva parte dos resíduos da nossa operação. É um modelo completamente sustentável”, explica Milton Steagall, presidente da BBF. Além dos benefícios energéticos e ambientais, o projeto irá gerar mais de 80 postos de trabalho diretos na região.
Já no que se refere às questões socioambientais, foram empregados consideráveis esforços por parte da BBF para influenciar de forma positiva os municípios diretamente afetados pelo empreendimento. Em um primeiro momento, foram realizadas articulações com instituições públicas e privadas das áreas de influência por uma equipe de sociólogos especializada, a fim de traçar o perfil da população e identificar a oferta de serviços locais. As referidas ações evoluíram dentro de um cenário social, para que pudessem ser ministradas não apenas ações de capacitação técnica e ambiental da população de entorno e equipe interna, bem como para elevar a oferta de serviços especializados nas áreas de entorno da nova Usina, trazendo novas oportunidades para institutos e moradores locais.
Para Steagall, a unidade de São João da Baliza é especial para a empresa por ser um projeto bastante inovador e também pela localização – cidade onde a BBF foi fundada e também a sede de sua matriz. “Nós iniciamos em São João da Baliza, em 2008, nosso projeto de produzir biocombustível de óleo de palma próximo ao grande mercado consumidor do Norte. Agora, temos a felicidade de entregar uma usina sustentável e inovadora para gerar energia para nossos vizinhos”, comemora Steagall.
O projeto da BBF foi viabilizado por meio do Leilão de Energia 01/2019 para atender localidades de Roraima e solucionar parte do problema de segurança energética nessa região. “Atuamos no desenvolvimento sustentável do Estado há anos, conhecemos seu potencial, por isso viabilizamos um projeto de geração de energia que fosse renovável e independente, com os recursos da própria região”. conclui.