Redação (21/11/2008)- Após cinco dias de discussões sobre o futuro das matrizes energéticas renováveis, a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis foi encerrada, nesta sexta-feira (21), em São Paulo/SP, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, o comparecimento de mais de 90 delegações estrangeiras ao evento provou que o tema biocombustiveis ganhou lugar de destaque na agenda global. “Tivemos uma troca informada e sem preconceito de idéias”, elogiou.
O presidente citou a atual crise financeira mundial e afirmou que hoje, está claro que a comunidade internacional precisa rever com urgência as suas perspectivas. “Convidei-os a São Paulo por estar convencido que os biocombustíveis podem nos ajudar a combinar crescimento com preservação ambiental e também com responsabilidade social”, afirmou e complementou dizendo que os biocombustíveis são uma promissora alternativa para mais de cem países em desenvolvimento.
Para o presidente da República, o Brasil está disposto a fazer a diferença nesse cenário e propôs aos países desenvolvidos a cooperação com os países da América Central, do Caribe e da África. Na opinião do presidente, essa parceria com os países mais pobres, principalmente da África, é uma forma de colaborar com o desenvolvimento econômico e social dessas nações, resolvendo, inclusive, o problema das imigrações.
O presidente citou como exemplo a instalação de um escritório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Acra, capital de Gana, que teve a intenção de levar tecnologia àquele país “para implantar, no continente africano, a mesma proeza que foi desenvolvida no cerrado brasileiro”.
Críticas – Aos críticos dos biocombustíveis, a melhor resposta, segundo Lula, é a experiência brasileira de mais de 30 anos na produção do etanol. “Nossa produção de etanol e de alimentos nasceu de uma grande transformação do campo brasileiro. Graças aos esforços de nossos pesquisadores e ao espírito empreendedor dos agricultores brasileiros”, enfatizou. Ele destacou que o País aprendeu a explorar o “potencial transformador” do etanol e do biodiesel em termos de geração energética, geração de emprego e renda e redução das emissões de gás carbônico.
O presidente Lula encerrou a Conferência ao lado dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes; das Relações Exteriores, Celso Amorim; de Minas e Energia, Edison Lobão; da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; do Meio Ambiente, Carlos Minc; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e do governador de São Paulo, José Serra.
Stephanes em São Paulo – Ainda nesta sexta-feira (21), na capital paulista, o ministro Stephanes participa de reuniões bilaterais. Às 15 horas, a reunião será com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Ed Schafer. Às 16 horas, se encontra com o ministro de Recursos Animais e Pesca do Sudão, Ismael Jalab, e às 17 horas, se reúne com o ministro da Agricultura da Rússia, Alexey Gordeev.