O anúncio por parte do grupo chinês Sunrise de suspender o embarque de cerca de dois milhões de toneladas de soja no porto de Santos por causa da demora e dos altos custos na operação pode não ser um caso isolado e traz preocupação ao setor produtivo de Mato Grosso. A avaliação é do senador Blairo Maggi (PR-MT).
De acordo com o parlamentar, a atitude da China pode ser interpretada como uma mudança que traria consequências gravíssimas para a economia do Brasil, que atualmente é bastante dependente dos preços das commodities no mercado mundial e tem na China seu principal destino.
“Esta suspensão é preocupante especialmente para Mato Grosso, que exporta a maior parte da sua soja para a China. Estamos em uma situação muito delicada. Dependemos das exportações de soja. Temo que não seja um caso isolado. Não gosto nem de pensar”, admite.
O senador embarca no próximo dia 15 para a China junto com entidades do setor produtivo de Mato Grosso para reabrir um canal de negociação com empresários do gigante asiático. Antes de seguir para a Ásia, Blairo Maggi se reunirá com a Casa Civil da Presidência da República para colher informações e documentos do governo brasileiro no sentido de tranqüilizar o mercado chinês.
Na ocasião, Maggi vai expor as iniciativas adotadas pelo governo brasileiro no sentido de modernizar a gestão dos portos e do sistema de transportes. O parlamentar lembra, no entanto, que as mudanças promovidas no sistema de concessão de portos, rodovias e ferrovias não são imediatas.
“São processos que podem levar anos, dez ou mais, mas quero mostrar que o governo do Brasil está trabalhando para garantir totais condições logísticas para manter transações com a China”, afirma.
Considerada a maior comercializadora chinesa de soja, o grupo Sunrise informou que apenas 2 de 12 navios previstos para chegar com a mercadoria na China entre janeiro e fevereiro haviam desembarcado no país asiático.