Redação (30/06/06) – O Brasil tem potencial para abocanhar entre 10% e 20% desse mercado e, de fato, atualmente possui cerca de 15% a 20% do potencial de geração de créditos dos projetos que estão com alguma etapa do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo em andamento esse é o tipo de projeto que se aplica ao Brasil.
Quem informa é Guilherme Fagundes, chefe de departamento de Projetos Especiais da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), instituição que já expressou formalmente o desejo de desenvolver o mercado de créditos de carbono, a curto e a médio prazos.
Por enquanto, a janela de oportunidades vai até 2012, e a BM&F pode facilitar a colocação desses créditos no mercado. A estimativa é que no segundo semestre deste ano, a bolsa esteja fazendo cotação dos créditos de carbono. A BM&F está se estruturando para isso e firmou parceria, no final de 2004, com o Ministério de Indústrias e Comércio, para aumentar o grau de institucionalização desse mercado””, explica Fagundes.
Ele diz que a BM&F fomenta e desenvolve mercados financeiros e derivativos agrícolas, há 20 anos, e que agora está entrando no mercado ambiental. De acordo com ele, o MDL já vem sendo negociado no Exterior no “mercado de balcão”, transação sem transparência e sem registro em sistema de negociação.
A implantação do mercado se dará em duas etapas. A primeira é a construção de um banco de projetos. “É um sistema de registros de informações no ambiente de Internet que objetiva conferir visibilidade a projetos de MDL já validados ou em processo de validação”, esclarece. “Além disso, vai facilitar a colocação do projeto no mercado e a venda dos créditos gerados, aumentando o número de compradores e reduzindo o custo de transação”, diz. Segundo Fagundes, o banco de projetos vai facilitar a identificação de potenciais compradores e investidores de MDL.
A segunda fase será lançar uma plataforma de negociação dos créditos de carbono (segundo semestre). “Quem quiser um alternativa de negociação desses créditos, pode fazer no balcão ou no ambiente de bolsa, através de leilões eletrônicos, sendo neste último, ofertados no mercado à vista, à termo ou opções”, antecipa Fagundes.
As vantagens do sistema seriam maior credibilidade ao mercado, transparência e liquidez. “O que deve induzir o fechamento de negócios mais eficientes, preços justos para os compradores e vendedores, segurança, regras de negociação fiscalizadas e fácil acesso aos investidores, principalmente daqueles que estão no Exterior”, elenca.