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Economia

BM&FBovespa encerra abril com altas nas cotações agropecuárias

Todos os produtos agrícolas negociados na bolsa brasileira subiram. A soja foi destaque.

Os sinais favoráveis emitidos pelo bom desempenho das commodities agrícolas negociadas no mercado externo refletiram-se nos negócios com produtos agrícolas na BM&FBovespa em abril. O mês foi de altas genralizadas na bolsa brasileira, com destaque para o desempenho da soja, que teve valorização de dois dígitos.

Os contratos da oleaginosa de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) encerraram o mês negociador por US$ 22,88 por saca de 60 quilos da oleaginosa, na média, segundo cálculos do Valor Data. A alta da soja em comparação com a média dos contratos de segunda posição apurada no mês anterior foi de 11,79%. Nos últimos 12 meses, em contrapartida, a cotação do grão tem baixa acumulada de 18,78%.

No mercado internacional, as commodities agrícolas, de um modo geral, valorizaram-se em virtude do fortalecimento dos fundamentos de oferta e demanda, a despeito da crise econômica. Os contratos negociados na bolsa brasileira seguiram o movimento, mas também subiram em virtude de fatores internos.

A onda recente de valorização do real, por exemplo, deu impulso adicional à soja – cotada em dólares na BM&FBovespa -, que já tinha estímulo para subir, avalia Marcos Barbosa de Lima, analista de produtos agrícolas da corretora Souza Barros. “Além disso, os fundos, que tinham saído do mercado, estão voltando aos negócios lá fora. Isso tem dado impulso aos negócios lá, o que contribui para as altas aqui”. Na bolsa brasileira, diz Lima, a participação dos fundos ainda não tem mostrado a retomada que apresenta no exterior.

A soja ganhou propulsão extra com a valorização da moeda brasileira, mas o raciocínio de que os produtos agrícolas negociados no mercado futuro da BM&FBovespa foram influenciados pela valorização nas bolsas internacionais aplica-se também a outras commodities. Caso do milho, por exemplo, que não teve a “ajuda” da alta do real por ser cotado na moeda nacional, mas também subiu. Os contratos de segunda posição de entrega do grão encerraram o mês de abril negociados, na média, por R$ 22,60 por saca de 60 quilos, uma valorização de 3,48%, de acordo com os cálculos do Valor Data.

Além da influência das bolsas internacionais, o preço do milho no mercado futuro continua a ser balizado pelas consequências da seca, que abateu grandes regiões produtoras, como o Paraná, na atual temporada. As exportações brasileiras de milho não são significativas se comparadas com as de outros países, mas a perspectiva de aumento dos embarques também contribuiu para a alta, segundo Lima, da Souza Barros.

Isso porque a estiagem atingiu também as lavouras argentinas. Com menos milho argentino no mercado, abre-se espaço para que as compras sejam feitas em outros países. A oferta também fica apertada, segundo a visão corrente no mercado, porque os Estados Unidos têm emitido sinais de que podem reduzir as vendas externas para a recomposições de seus estoques.

Os contratos futuros de boi gordo, produto agrícola mais negociado na bolsa brasileira, também voltaram a subir. Em abril, os contratos de segunda posição de entrega avançaram 3,62%, para R$ 77,90 por arroba, na média, segundo o Valor Data. Com isso, o boi gordo reverteu a perda de 0,14% acumulada no período de 12 meses que terminou em março. No intervalo de 12 meses até abril, a alta acumulada é de 1,13%.

Em março, todos os produtos agrícolas negociados na BM&F caíram. Em abril, todos avançaram. Café e açúcar subiram, na média, 3,84% e 1,64%, respectivamente.