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Economia

BNDS ja liberou R$ 33,9 bilhões em 2011

Desembolso total do BNDES recua, mas cresce participação das microempresas no montante.

O BNDES teve leve desaceleração no desempenho operacional nos primeiros quatro meses do ano. Os desembolsos de janeiro a abril somaram R$ 33,9 bilhões, registrando uma queda de 5% ante o primeiro quadrimestre de 2010. Em abril, isoladamente, os recursos liberados totalizaram R$ 9 bilhões, recuo de 14% na comparação com o mesmo mês do ano passado. As consultas, que sinalizam intenção de investimento futuro, atingiram R$ 52 bilhões, 10% a menos que de janeiro a abril de 2010.

Os números divulgados ontem não assustaram Gabriel Visconti, chefe do Departamento de Orçamento da área de Planejamento e Cláudio Leal, superintendente da área de Planejamento do banco que respondem pelas contas de desempenho operacional da instituição. Eles desenham um cenário de maior contenção para o banco em 2011. “Trabalhamos para manter um orçamento semelhante ao desembolsado no ano passado, na faixa de R$ 145 bilhões. Qualquer coisa em torno disso, para mais ou para menos, será entendida como zero a zero. A queda de 5% nos desembolsos do quadrimestre, por exemplo, é mais ou menos isso, um zero a zero”, diz Leal.

A economia vai crescer menos em 2011, mas a missão do BNDES continuará sendo a de empurrar o investimento. Para fazer esta mágica, o BNDES espera contar com a ajuda do mercado financeiro privado para tirar dos ombros a missão de ser o financiador exclusivo do investimento de longo prazo, alertam os técnicos. Eles esperam que as medidas tomadas em 2010, como a desoneração tributária incentivando a emissão de papéis de longo prazo (debêntures, entre outros) vinculados a projetos de infraestrutura cumpram o objetivo de atrair as instituições financeiras privadas para financiar projetos de longo prazo.

Claudio Leal reconhece que essas ideias de estímulo ao setor financeiro ainda estão amadurecendo. A expectativa do BNDES é que elas surtam efeito este ano combinadas com três mudanças introduzidas internamente pela direção do banco para operar com o mesmo orçamento de 2010.

Para garantir um desembolso “zero a zero”, o BNDES renovou o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) a custos mais elevados a partir de abril, e reduziu o nível médio de participação de recursos da instituição nas linhas de financiamento. “Agora não temos mais participação de 100% em nenhuma linha de crédito, nem mesmo em inovação”, diz Leal.

Uma terceira alteração, já em curso, é contar com ajuda menor do Tesouro em 2011. “Algo na faixa de R$ 55 bilhões em títulos, conforme determina a Medida Provisória 156, aprovada na Câmara”, informou Visconti.

“Fizemos estas reduções e estamos esperando a parceria do mercado. Em síntese, este é o recado do BNDES em 2011”, afirmou Leal. Ele considera exitoso o resultado do primeiro quadrimestre do ano, pois houve um aumento surpreendente de participação das micro, pequenas e médias empresas no desembolso do banco, por conta em grande parte da venda de máquinas e equipamentos através do PSI e do Cartão BNDES. “Dos R$ 33 bilhões, 45% foram para este segmento. Historicamente este percentual ficava entre 22% e 23% e no ano passado ficou em 28%”.