A cadeia produtiva de ovos tem mostrado um crescimento bastante positivo no cenário do agronegócio nacional, com crescimento da produção alinhada com o aumento do consumo de ovos. De acordo com os dados recentes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de ovos atingiu a marca de 39,5 bilhões de unidades em 2015 (Gráfico 01), com um plantel de poedeiras estimado em 132 milhões. No mundo todo, o plantel gira em torno de 4,7 bilhões de poedeiras, que produzem cerca de um trilhão de ovos/ano (142 ovos/pessoa/ano no planeta). Os principais países produtores são China, que possui cerca de 1/3 da produção mundial, EUA, Índia, Japão, México, Rússia e Brasil.
Da mesma forma, o consumo de ovos registra um histórico crescente (Gráfico 01) alcançando a marca de 191,7 ovos per capita, mas ainda considerado baixo. Os países com maior consumo per capita/ano são o México= 358, Japão= 329, Ucrânia= 305, China= 295 e Rússia= 260. No Brasil, existe um grande espaço a ser ocupado pela avicultura de postura, através do contínuo aumento do consumo interno e da abertura de novos mercados para a exportação. Este aumento de demanda possibilitará o aumento da produção, mantendo ajustada a relação oferta x demanda e o equilíbrio no mercado, dando sustentabilidade ao negócio.
No aspecto do consumo, o ovo e os ovos processados tem alcançado cada vez mais espaço na dieta do consumidor brasileiro, seja em função de sua qualidade inata (proteína de maior valor biológico) ou da melhor divulgação de resultados de pesquisa, atestando seus benefícios à saúde humana. O consumo interno também responde positivamente aos programas de incentivo ao consumo, desmitificação de mitos atribuídos ao ovo, ressaltando a sua qualidade, seu baixo custo e de facilidade de acesso para aquisição por toda a população, independente da renda, desde crianças até idosos. Diversas campanhas de incentivo ao consumo estão sendo realizadas, a citar a extensa programação feita na semana do ovo, em todo País por diversos atores da cadeia produtiva, as iniciativas individuais e coletivas das empresas (produtores, fornecedores, etc.), do trabalho contínuo do Instituto Ovos Brasil, juntamente com a ABPA, e das associações de produtores. Outro excelente exemplo de promoção do ovo e de seus derivados é o programa “Ovos RS” – projeto institucional de incentivo ao consumo e produção de ovos, coordenado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e com apoio de instituições públicas e privadas, já mostra reflexos expressivos no aumento do consumo de ovos no Rio Grande do Sul (227 ovos por habitante no ano no RS, enquanto que no Brasil, a média foi de 191 ovos por habitante ao ano, Gráfico 01), além das melhorias nas práticas das granjas. Este conjunto de ações, combinado com novas ações a serem desenvolvidas, farão com que os 205 milhões de Brasileiros aproveitem cada vez mais os benefícios deste nobre alimento.
As exportações atualmente ainda são bastante tímidas e se situam entre 1% e 2% da produção, sendo Minas Gerais e Rio Grande do Sul os maiores exportadores. A conquista recente do exigente mercado japonês poderá ser fundamental para a conquista de novos mercados de ovos e, principalmente de ovos industrializados, para o aumento gradativo nas exportações. A consolidação passará pela implementação de programas de qualidade e de certificação para exportação, atestando qualidade, responsabilidade social, respeito ao meio ambiente, bem-estar das aves, rastreabilidade, modernização das granjas de produção de ovos, para atender as exigências dos consumidores e dos países importadores. Da mesma forma, deveremos ampliar o programa nacional de controle de resíduos em ovos, bem como continuar com a manutenção da sanidade dos rebanhos e os programas eficientes de biosseguridade.