O segundo semestre deste ano deve ser ainda melhor que o primeiro para os avicultores brasileiros. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima um crescimento de 5,9% na produção na comparação com o ano passado, o que equivale a 13 milhões de toneladas de carne de frango em 2011.
Para o especialista no setor Gabriel Jorge Neto, membro do corpo técnico da Funçação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), esta previsão otimista respeita uma ordem que se repete nos últimos anos: sempre o segundo semestre é melhor que o primeiro para o avicultor.
Segundo ele, isso acontece porque até o meio do ano há uma incidência maior de feriados e também a temporada da safra bovina, o que aumenta a oferta de carne vermelha. “No segundo semestre, os consumidores ficam mais em casa, consumindo mais proteínas em suas refeições. Somado a isso, este é um período em que a concorrência da carne bovina não é tão grande, pois a oferta do produto no mercado é menor”, diz.
Alguns números do primeiro semestre fortalecem a previsão para o fim do ano. A rentabilidade nos primeiros seis meses de 2011 variou de acordo com o preço de insumos, como o milho e a soja utilizados na alimentação nas granjas, que estão com preços altos devido ao crescimento nas exportações dos grãos.
Porém, o aumento do consumo interno e o maior preço pago pelo mercado externo fizeram com que o avicultor chegasse a julho com considerável lucro na produção e fôlego para o próximo semestre.
Maior exportador de carne de frango no mundo, o Brasil faturou de janeiro a julho US$ 3,7 bilhões com vendas para o exterior e expandiu seus mercados, como o chinês. O preço médio de exportação também subiu e foi de US$ 1,75 mil para US$ 2,05 mil por tonelada.
“Vale ressaltar alguns outros números importantes para a avicultura, como o índice de alojamento de pintinhos que girou em torno de 530 milhões de pintos de um dia por mês e o crescimento do mercado interno, que agora consome 69,8% da produção”, afirma Jorge Neto.