O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, durante um evento na última semana, falou sobre o que o Brasil tem feito para aumentar a participação das empresas do país no comércio internacional. “Nossas prioridades em 2017 para o comércio exterior do Brasil são a facilitação de comércio e a negociação de acordos comerciais e de investimentos”, declarou.
Na área de facilitação de comércio, Abrão Neto destacou as melhorias promovidas pela implementação do programa Portal Único de Comércio Exterior. “Estabelecemos um novo fluxo – mais simples e eficiente – para as exportações brasileiras. O resultado já foi reconhecido pelo Banco Mundial, que em seu relatório Doing Business apontou a melhora da posição do Brasil no ranking do comércio internacional por dois anos seguidos”, lembrou o secretário.
Estima-se que a plena implantação do portal, em 2018, levará à redução dos prazos médios para exportar e importar em 40%. Estudo da FGV indica potencial de ganhos no PIB de até US$ 23,8 bilhões por ano e crescimento anual da corrente de comércio superior a 6%.
Além da facilitação de comércio, segundo o secretário de Comércio Exterior, o Brasil também está ampliando sua rede de acordos comerciais, com a diversificação dos parceiros comerciais e inclusão de novos temas.
Ele informou também que o Brasil tem buscado fortalecer a dimensão comercial do Mercosul e seu relacionamento com os países da Aliança do Pacífico. Além de iniciativas bilaterais, com EUA e México, as principais negociações do país, em conjunto com Mercosul, são com a União Europeia, EFTA e India. Também há diálogos em curso com Canadá, Coreia do Sul e Japão.
“Ainda temos poucos acordos fora da América Latina. Mas o Brasil está trabalhando para se integrar mais ao mundo, de maneira gradual, responsável e inteligente. “Queremos usar o livre comércio como motor de crescimento econômico”, disse.
Sobres as negociações do acordo Mercosul-UE, Abrão declarou estar otimista a respeito da disposição dos dois lados em avançar nas negociações. “Com a eliminação e redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, o acordo entre Mercosul e União Europeia dará mais dinamismo e competitividade às nossas exportações”, declarou o secretário. Ele também citou um estudo da FGV, que aponta um potencial de incremento de aproximadamente 50% no comércio bilateral, a partir da assinatura do acordo.
Em 2016, as exportações do Mercosul para os países da UE foram de US$ 44 bilhões e as importações atingiram US$ 43 bilhões. Os principais produtos comercializados foram soja, minerais, café, máquinas, combustíveis, carne, celulose e hortaliças. E, no sentido inverso, o Mercosul comprou da UE, no ano passado, principalmente máquinas e equipamentos, produtos farmacêuticos, máquinas e material elétrico, veículos e aviões.
Além disso, o secretário apresentou outras vantagens do acordo como um possível aumento na atração de investimentos europeus e ampliação dos investimentos brasileiros na UE, cujo estoque, em 2014, foi de 113 bilhões de euros.