“Hoje, o Brasil é primeiro produtor mundial em muitas culturas agrícolas tradicionais, como café, açúcar e suco de laranja, mas passou a ser importante no mercado de grãos e, sobretudo, de carne, que apresenta perspectivas positivas de crescimento para os próximos anos”. A afirmação é do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que participou de encontro sobre Agricultura para o Novo Ciclo de Desenvolvimento, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, nesta quarta-feira (4).
Segundo Rossi, essas premissas levaram o Brasil ao desenvolvimento acelerado da produção agrícola e a uma situação praticamente única no mundo hoje, que é a autossuficiência em todos os produtos da cesta básica, com exceção do trigo. Embora seja o único grão que não produzido em quantidade suficiente para suprir o mercado interno, alcançou 50% da produção do consumo. O ministro enfatizou, ainda, a importância de empreendedorismo agrícola, desenvolvimento científico e tecnológico adequado e apoio governamental como ferramentas que garantem a liderança do setor.
Rossi mostrou aos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República que a agricultura no Brasil está passando por grande transformação em diversos pontos, sendo o primeiro o quantitativo. “No último ano, produzimos 147 milhões de toneladas de grãos, e isso tem muito a ver com a alimentação, pois garante o abastecimento no País”, explicou. Rossi também destacou que a última safra de cana-de-açúcar, mesmo parcialmente prejudicada pelas condições climáticas, foi recorde com a colheita de 660 milhões de toneladas de cana. Ele acredita que as atuais condições climáticas vão proporcionar recorde maior nesta safra.
Para o ministro, outra vertente que explica o extraordinário desenvolvimento do setor é a modificação dos processos e técnicas de produção, que incorporam, hoje, o conhecimento científico e tecnologias de ponta, que podem ser comparadas às mais avançadas do mundo. Isso vai possibilitar produtividade ainda maior, com o apoio das universidades e agências de pesquisa estaduais sob o comando da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que vêm contribuindo para a adaptação das culturas às mais diversas condições de clima e solo e adequação dos procedimentos à atividade.
Wagner Rossi ressaltou também a capacidade empreendedora do produtor rural brasileiro como ponto importante para o fomento ao setor. “A nossa agricultura é resultado da capacidade dos produtores, que resistiram às condições adversas da evolução agrícola e adaptaram-se às novas tecnologias, aceitando transformações que são desafios para um setor tradicionalmente conservador”, afirmou. Ele lembrou que o governo tem dado apoio significativo pelo fomento à comercialização agrícola, que chegará a 5,2 bilhões, dez vezes mais do que o registrado na última década.
Também participaram do debate sobre Agricultura para o Novo Ciclo de Desenvolvimento os ministros do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha.