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Brasil e a ALCA

Bloco só será viável ao País se houver redução do protecionismo agrícola.

Da Redação 24/10/2003 – 15h20 – Ao mesmo tempo em que precisa negociar o ingresso na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) priorizando a redução do protecionismo agrícola, o Brasil terá de promover a consolidação do Mercosul e estimular maior integração latino americana. Para o presidente da Comissão Nacional de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gilman Viana Rodrigues, esses dois passos são indissociáveis e precisam ser foco constante das atuais negociações internacionais do País. Rodrigues apresentou essa análise durante audiência pública realizada hoje no Congresso Nacional, em reunião da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul e da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, sobre o tema Tributação no Mercosul: formas de Integração das Américas, as vantagens e desvantagens do Mercosul, da Alca e do Pacto Andino.

“O sucesso da Alca depende dos avanços a serem conquistados durante as negociações”, disse Rodrigues, citando como exemplo a agricultura do México, que foi prejudicada quando firmado acordo comercial com os Estados Unidos, desestimulando os produtores de milho e algodão mexicanos, incapazes de competir com os subsídios agrícolas concedidos aos produtos norte-americanos. O representante da CNA argumentou que as negociações do Brasil para o ingresso na Alca precisam ser extremamente cuidadosas, devido à importância que o agronegócio tem para a economia nacional. Atualmente, o setor agropecuário responde por 27% dos empregos oferecidos no País, representa mais de 40% das exportações nacionais e mais de 30% do Produto Interno Bruto. Ou seja, argumentou Rodrigues, qualquer perda para o agronegócio nacional, nas negociações com a Alca, atinge negativamente toda a economia brasileira. Os subsídios americanos somam US$ 118 bilhões em seis anos, sendo vinculados à produção.