Os governos do Brasil e da Argentina voltam a se reunir em 6 de junho, em Buenos Aires, para tentar destravar o comércio bilateral. Os negociadores brasileiros já temem novas resistências da Argentina para retirar barreiras às exportações do Brasil para aquele país.
Segundo a Agência Estado, o Brasil recebeu informações de que o secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, determinou que a abertura do mercado argentino para a carne suína brasileira seja a conta-gotas até o dia da reunião. A Argentina ainda espera usar a abertura total do mercado para o produto como barganha na próxima reunião. A postura argentina já colocou os negociadores brasileiros na defensiva. Para o Brasil, não deveria haver mais restrições à carne suína.
Na semana passada, houve o anúncio oficial da reabertura do mercado argentino para a carne suína brasileira, mas os negócios entre os dois países continuam não evoluindo como se esperava, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Moreno fez dois acordos para regular o mercado de carne suína: um interno e outro com o governo do Brasil. No primeiro, o setor privado argentino se comprometeu a reduzir suas compras do Brasil em 20%, o que abriria espaço para a importação média mensal de 2,8 mil toneladas de carne e toucinho. Por esse acordo, fica proibida a importação de qualquer produto terminado (frios e embutidos).
O segundo acordo foi do próprio Moreno com o governo brasileiro, em que afirmou que reabriria o mercado de suínos como “gesto de boa vontade”, sem limites de cotas em relação aos volumes comercializados ou tipos de produtos derivados de suínos.
As exportações brasileiras para a Argentina tiveram uma queda de 23% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado acendeu uma luz vermelha no governo brasileiro, que solicitou reunião com o governo argentino para discutir saídas que possam melhorar o comércio bilateral.