Uma missão oficial brasileira, liderada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, desembarca em Moscou (Rússia), no domingo, 10 de outubro, para discutir as relações comerciais de produtos agrícolas entre os dois países. A missão vai tratar das condições para o acesso das carnes brasileiras no mercado russo.
“É um esforço para manter e aprofundar o diálogo e avançar na relação com a Rússia, numa negociação franca e direta”, disse Rossi. Ele considera o momento oportuno, tendo em vista que o governo do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, negocia o ingresso do país na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na segunda-feira, 11 de outubro, Wagner Rossi e a ministra da Agricultura da Rússia, Elena Skrínnik, assinam o memorando de entendimento para a instalação imediata do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) Brasil-Rússia. O fórum bilateral vai estabelecer encontros periódicos entre técnicos dos dois países para tratar da agenda do agronegócio. Na primeira reunião, as autoridades vão discutir os investimentos brasileiros em empresas agrícolas da Rússia, o balanço do comércio entre os dois países e a cooperação na área de genética animal.
Além da reunião de trabalho com Elena Skrínnik, Rossi será recebido pela ministra do Desenvolvimento Econômico, Elvira Nabiulina, para tratar das exportações brasileiras de carne bovina e suína. O governo brasileiro quer aprofundar o diálogo com a Rússia para alterar o sistema de cotas daquele país, que é baseado em critérios geográficos para as exportações das carnes bovina, suína e de frango.
Atualmente, apenas Estados Unidos e União Europeia têm cotas exclusivas, com tarifa reduzida, estabelecidas pelo governo russo e o Brasil acessa o percentual reservado a outros países, competindo com nações como Argentina, Canadá, Uruguai e Austrália. Na visita a Moscou, o ministro terá reunião com importadores locais de carnes e representantes de empresas brasileiras na Rússia.
A missão conta com os secretários de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim; de Relações Internacionais, Célio Porto; além de técnicos do Ministério da Agricultura e diplomatas do Ministério das Relações Exteriores (MRE).