Redação SI 24/01/2002 – O ano de 2001 registrou recordes absolutos para a suinocultura brasileira. Além de produzir mais de 2,2 milhões de toneladas de carne suína no ano passado, o País embarcou o maior volume de sua história: 264,9 mil toneladas de carne suína. Um crescimento de 107% sobre o total embarcado em 2000: 127,8 mil toneladas. O volume deste último ano representou uma receita de US$ 358,5 milhões para o Brasil, contra US$ 171,8 milhões do anterior. Os números oficiais do fechamento de 2001 foram apresentados ontem (23), em São Paulo, pelo presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs), Alfredo Felipe da Luz Sobrinho e pelo diretor executivo, Cláudio Martins. “Com o bom desempenho no ano passado, o Brasil passou de 12o. para 4o. maior exportador mundial de carne suína”, disse Felipe da Luz.
A Rússia fechou como o maior comprador da carne brasileira, sendo responsável por 57% do volume embarcado. Em seguida vem Hong Kong, com 18%, e Argentina com 15%. De acordo com o presidente, a intenção para este ano é alargar as bases e conquistar novos clientes. O primeiro passo será tentar entrar no mercado europeu.
Neste primeiro trimestre uma missão da União Européia deve vir ao País para avaliar as condições sanitárias brasileiras. “Eles estão mandando a missão, mas sabemos que temos todas as condições sanitárias”, afirmou o presidente da Abipecs. “Santa Catarina, por exemplo, é risco zero”. A entrada no mercado europeu não deve representar muito no volume de exportações brasileira, mas o seu aval sanitário abriria a porta para o maior mercado consumidor de carne suína do mundo: o Japão.
Varejo russo Foi frustada a negociação para a entrada de produtos brasileiros feitos a partir da carne suína, e com maior valor agregado, no mercado russo. O tema foi discutido durante viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso àquele país no início deste mês. Embora seja o maior comprador brasileiro, a Rússia importa apenas as carcaças para sua própria industrialização.
Já Cláudio Martins disse que a negociação emperrou mais por questões políticas do que técnicas. Apesar disso, ele acredita que o acordo deverá ser fechado com a liberação gradativa do mercado, tendo como contrapartida a compra de produtos russos pelo Brasil. “Os dois países se complementam em suas necessidades e a Rússia tem uma postura muito positiva para troca”.