O Brasil já era conhecido como campeão mundial na alta de importações em 2010. A novidade é o país aparecer também como o líder da alta nas exportações, em dólares correntes, superando a China e todos os outros grandes parceiros. Estatísticas da Organização Mundial do Comércio (OMC), levando em conta 70 países que fazem 90% das trocas globais, mostram o Brasil na liderança, entre janeiro a setembro, com alta de 33% nas exportações, com a China vindo depois, com 32%, Estados Unidos com 20%, e Rússia, 18%. Entre o segundo e o terceiro trimestre, o Brasil continuou como campeão, com expansão de 12% nas exportações, e a China com alta de 11%.
Este ano, o país já liderava o ranking de importações. A OMC mostra agora que, entre janeiro e setembro, as compras no exterior diminuíram o ritmo ligeiramente, mas foram as que cresceram mais (49%), comparadas a 39% no caso da Rússia, 31% da China, 27% da Índia e 23% dos Estados Unidos. De um trimestre a outro, o país mantém a liderança, com alta de 18%, seguido pela Rússia com crescimento de 17%.
A alta de 15% nos preços das commodities é uma explicação. O preço do petróleo subiu mais de 10%, os de alimentos e bebidas, 12%, e o de metais, 25%.
No terceiro trimestre, as exportações mundiais de mercadorias foram 3% superiores às do segundo trimestre. Mas o valor do comércio global continua abaixo do pico anterior à crise financeira global. A OMC não fez cálculos em volume, em dólares constantes e levando em conta a inflação.
A entidade constata desaceleração no comércio e “incertezas à frente”. A recuperação econômica não foi suficientemente forte para reduzir o enorme desemprego em vários países. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o emprego não voltará aos níveis de 2008 antes de 2015 no mundo desenvolvido. O desemprego atingiu 30 milhões de pessoas a mais desde a crise e o consumo continua frágil.