O governo da Colômbia quer atrair investidores brasileiros em quatro áreas consideradas estratégicas para o país: soja, milho, biocombustíveis e etanol e reflorestamento comercial. Esses são os poucos segmentos agrícolas nos quais o país diz ainda não ter autossuficiência, e que quer incrementar para atender a um mercado de 44 milhões de pessoas e parceiros comerciais com acordos especiais.
“Em quase todo o que resto, incluindo carnes, cereais e frutas, somos praticamente autossuficientes. O que produzimos tem comercialização garantida”, disse ao Valor o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural colombiano, Andrés Fernández Acosta, em uma passagem meteórica por São Paulo ocorrida nesta quinta-feira.
Em encontro com os investidores brasileiros, Acosta frisou o que acredita ser as três grandes vantagens da Colômbia em comparação com os países da região: estabilidade jurídica, que vai além das gestões de governo; incentivos fiscais e isenções tributárias; e o retorno da segurança, um ativo precioso após décadas de terrorismo de esquerda e de direita.
Além disso, a Colômbia tem terras de sobra. Segundo o governo, há hoje 15 milhões de hectares disponíveis ao agronegócio – um território de Savana, equivalente ao Cerrado brasileiro – e 4,5 milhões de hectares que já estão sendo trabalhados. “São áreas que eram dominadas por terroristas e que agora precisamos ocupar”, afirma ele.
De acordo com o ministro, a expertise agrícola do Brasil – líder inconteste em etanol de cana-de-açúcar e grande produtor de soja – é importante. O investimento brasileiro no país vizinho, no entanto, ainda é bastante pequeno.