Os exportadores brasileiros de carne de frango poderão ter a oportunidade de capitalizar sobre os crescentes problemas que a indústria avícola dos Estados Unidos está enfrentando com seus surtos de gripe aviária e já viram aumento das exportações no mês passado para alguns países que proibiram o produto dos EUA.
No México, o maior importador de carne de frango americana, o governo proibiu na semana passada as importações de carne avícola do estado da Califórnia, que junta-se a dois outros estados que estavam proibidos pelo México por causa do vírus H5N2.
O Brasil tem atualmente cinco plantas aprovadas para exportação ao México depois que o mercado foi aberto à sua carne de frango em 2013. Essas plantas podem aumentar a sua oferta se os clientes mexicanos solicitarem, disse Ricardo Santin, vice-presidente de Aves na Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), para CarneTec.
“Em outra necessidade, dependeria de novas habilitações, com vinda de missão mexicana ou adoção de pre-listing, como por exemplo, habilitar todas as empresas que hoje são habilitadas para exportar para a Europa ou o Canadá”, acrescentou Santin.
Após a abertura de mercado ao produto brasileiro, o México estabeleceu uma cota de exportação para o Brasil e outros importadores no total de 300 mil toneladas, disse Santin. Em 2013, o Brasil exportou 319 toneladas para lá e este saldo subiu para quase 14 mil toneladas em 2014.
Na semana passada, a Jamaica se juntou à lista crescente de dezenas de países que proibiram as exportações de carne avícola de alguns ou de todos os estados dos EUA.
A China e a Coreia do Sul proibiram a importação de todas as compras de carne de aves dos EUA nos meses recentes; estes dois países foram responsáveis por 5,5% do total das exportações de frangos em 2014 dos EUA.
A Coreia do Sul aumentou suas compras de carne de frango brasileira em 198% em fevereiro (11,8 mil toneladas), enquanto a China importou 20,6 mil toneladas, um aumento de 28% ante o mesmo mês de 2014.
“O aumento dos embarques para a China em relação ao primeiro bimestre do ano passado decorre do aumento do número de plantas habilitadas”, disse Santin. “Em 2014, eram 24 plantas. Hoje, são 29. Isto mostra que o que de fato tem influenciado a expansão das exportações neste mercado é a credibilidade construída pela parceria brasileira com estes países, a exemplo do que ocorre no México, focada na preservação do status sanitário, na qualidade do produto e na garantia de fornecimento, de acordo com a demanda.”
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos previu recentemente que as exportações de carne de frango dos EUA cairão 3% este ano, para 7,3 bilhões de libras (3,3 milhões de toneladas), enquanto o país sente o impacto de vários surtos de gripe aviária e um dólar forte.