Redação (17/12/2007)- Na terceira semana de novembro, o embaixador brasileiro em Pequim, Luís Augusto de Castro Neves, esteve em Brasília para transmitir um recado: os chineses estão dispostos a fazer do Brasil seu principal fornecedor de comida nos próximos anos. O objetivo é firmar contratos de longo prazo que garantam o abastecimento de 1,3 bilhão de bocas nos próximos anos. Para o negócio ser viável, a China pensa em financiar obras de infra-estrutura no Brasil que facilitem o escoamento da SAFRA de soja e de outros produtos. Em troca, teriam oferta firme de grãos.
Um dos maiores produtores agrícolas do planeta e ainda com uma grande quantidade de terras agricultáveis, o Brasil é para os chineses a possibilidade mais concreta de fornecimento contínuo de proteína animal e vegetal. Do lado brasileiro, o governo quer conquistar um mercado que cresce 10% ao ano.
A China já é o terceiro mercado agrícola brasileiro, e a soja é o principal produto. Mas o ministro da AGRICULTURA, Reinhold Stephanes, admite que, até agora, não se conseguiu avançar em acordos vantajosos.
As negociações devem começar no primeiro trimestre de 2008, em um seminário que reunirá empresários brasileiros do setor agrícola e de infra-estrutura.
Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a China perde por ano mais de 500 mil hectares de áreas agricultáveis. Ele lembrou que só Brasil e África têm áreas disponíveis para expandir a AGRICULTURA. Na África, os chineses investiram US$ 20 bilhões, com foco em produtos agrícolas e minerais.