Ampliar os investimentos estrangeiros no agronegócio brasileiro é o objetivo do Ministério da Agricultura, Pecuária, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 2011. Países com disponibilidade de recursos financeiros para investir e que, ao mesmo tempo, veem as políticas de segurança alimentar como prioridade, (como os do Extremo Oriente e do Oriente Médio), devem ser o foco de atuação do ministério.
“Vamos apresentar as vantagens competitivas do Brasil, como a nossa liderança mundial em tecnologia tropical e a tradição do nosso empreendedorismo no campo. Contamos ainda com uma economia pujante e arcabouços legal e institucional sólidos”, informa o assessor para Investimento Estrangeiro do Mapa, Maurício Fleury Curado.
Neste ano, a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio participou da primeira Missão de Investimentos promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No período de 28 de novembro a 6 de dezembro, foram visitadas as capitais de cinco países: Damasco (Síria), Kuwait (Kuwait), Doha (Catar), Riade (Arábia Saudita) e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).
A delegação do Mapa também manteve encontros com autoridades do governo de Omã. Esse outro país da Península Arábica demonstrou interesse em realizar investimentos nas cadeias produtivas, produção, processamento, distribuição, armazenagem, logística e infraestrutura. “Esses países dão muita importância à questão da segurança alimentar. Pretendemos ser o principal fornecedor de alimentos para eles”, informa Curado.
Durante a missão, empresas, associações e cooperativas selecionadas pelo Ministério da Agricultura apresentaram planos de investimento que poderão ter aporte externo. Entre eles, encontram-se projetos para aquisição e beneficiamento de terras para produção, empresas para produção de leite em pó, criação e processamento de frangos, além de empreendimentos para armazenamento e comercialização de grãos e outros produtos de exportação.
“Os empresários ficaram impressionados com o dinamismo do agronegócio brasileiro. Somos destaque em produtividade. Enquanto, por exemplo, nossa produção de grãos aumenta, em média, 5% ao ano, a área cultivada amplia-se em apenas 1%”, enfatiza Curado. Em 2011, as empresas que participaram dessa primeira missão de investimentos continuarão em contato com os potenciais investidores estrangeiros para verificar a possibilidade de parcerias.
Segundo Curado, há um real desafio em garantir alimentos para todos, pois em função do crescimento populacional e da renda per capita no mundo, há uma tendência global de aumento da demanda por produtos ricos em proteína, como a carne, mas que requerem maior produção de grãos. “Somos os maiores exportadores das carnes bovina e de frango do mundo. Além disso, o Brasil é um dos poucos países em que a fronteira agrícola ainda não se esgotou”, explica.
Exportações
Em 2009, as exportações brasileiras para a Arábia Saudita renderam US$ 1,5 bilhão. Os produtos mais vendidos foram carne de frango (US$ 740 milhões), açúcar (US$ 340 milhões) e milho (US$ 100 milhões). Para os Emirados Árabes Unidos, as vendas alcançaram US$ 1,1 bilhão, com o Kuwait, US$ 340 milhões, Síria, US$ 277 milhões e Catar, US$ 95 milhões.
Em 2011, o Brasil pretende diversificar ainda mais sua pauta de exportações, ampliando a oferta de produtos exportáveis. Setores pouco explorados, como mel ou produtos do reflorestamento, deverão receber maior atenção.