Nos próximos meses, autoridades sanitárias da Indonésia enviarão formulários para empresas brasileiras interessadas em exportar carne de pato e peru, abatidos pelo método halal. Após a entrega da documentação preenchida, uma missão deve vir ao Brasil para avaliar os estabelecimentos. As negociações para ampliar as exportações de carne de aves são conduzidas por representantes da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com o coordenador geral de Acordos Bilaterais e Regionais do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias da SRI, Jean Manfredini, a negociação é importante para desenvolver as atividades do setor avícola no Brasil. A Indonésia, que tem cerca de 245 milhões de habitantes, é um dos maiores mercados consumidores de aves do mundo.
Manfredini, no entanto, acredita que a possível vinda de autoridades sanitárias do país asiático ao Brasil aconteça apenas em 2013. “A avaliação dos estabelecimentos brasileiros por parte dos indonésios não deve acontecer até o próximo ano. No entanto, é bom frisar que o envio desses relatórios é um passo importante para concretizar a parceria comercial”, afirmou.
Em 2011 as exportações da avicultura brasileira (carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético) totalizaram US$ 8,853 bilhões, que representa um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. Em volume, as exportações avícolas somaram 4,118 milhões de toneladas.
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O abate halal, praticado pelos islâmicos, envolve princípios como o bem-estar animal e questões sanitárias. O ritual de abate deve ser feito apenas pela degola, para garantir a morte instantânea do animal, é só pode ser realizado por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para a função.
A certificação deste tipo de produto é feita por empresas especializadas e alcança mercados no Oriente Médio, África e Ásia. O volume de negócios é estimado em mais de US$ 400 bilhões, com crescimento de 15% ao ano.
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso. No entanto, todo estabelecimento, independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de programas relativos à higiene, documentação do estabelecimento e condições de saúde do animal.