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Brasil se queixa de morosidade em negociações de suínos com China

<p>A carne suína tem sido o vilão da inflação na China e nem assim eles assinam o protocolo para sua liberação.</p>

Redação (03/07/2008)-  O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, informou hoje, durante o lançamento da Agenda China, projeto para ampliar as exportações brasileiras para o mercado chinês, que o Brasil tem encontrado sérias dificuldades para negociar com o governo chinês a abertura do mercado para a carne suína, barrada sob alegação de problemas sanitários. "A carne suína tem sido o vilão da inflação na China e nem assim eles assinam o protocolo para sua liberação", queixou-se Porto. Ele revelou que o governo não consegue sequer agendar data para negociar.

Porto relatou, ainda, que o governo chinês não respondeu à sugestão do Brasil para uma reunião sobre a carne suína na próxima semana, em Pequim. Diante do silêncio, foi sugerido um novo dia, 5 de agosto, estando o Brasil esperando uma resposta que até agora, a quase um mês do novo agendamento proposto, ainda não chegou.

Porto alertou para a necessidade do governo se preparar tecnicamente para negociações com o governo chinês e, por isso, o Ministério da Agricultura colocará um adido na embaixada em Pequim com a missão de discutir o fim das barreiras chinesas a produtos agropecuários brasileiros. Apesar do adido, ele não tem dúvidas sobre as dificuldades de negociação. "Não podemos nos iludir: os norte-americanos, que são nosso principal concorrente na venda de produtos agropecuários para a China, têm na sua embaixada 32 profissionais tratando de agricultura", informou.

Presente ao lançamento da Agenda China, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o embaixador chinês no Brasil, Chein Duqing, disse, em discurso, em bom português, que os atritos bilaterais são naturais e fazem parte do processo de negociação. De acordo com o embaixador, quanto maior a relação comercial entre os dois países, mais divergências ocorrerão. Ele ressaltou, no entanto, que o Brasil tem muito mercado para ocupar na China, que importa quase US$ 1 trilhão do mundo inteiro. "Espero que os empresários brasileiros não peguem carona, mas que sejam atores dinâmicos desse trem chinês", declarou Duqing.