O Brasil se queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra barreiras impostas pela China contra as exportações nacionais de frango. A crítica ocorreu nesta quinta-feira, em uma reunião destinada a tratar de temas envolvendo medidas anti-dumping. Não se trata ainda de uma disputa comercial nos tribunais da OMC, mas a decisão de levantar o assunto de forma pública é visto como um sinal de que o País possa considerar abrir uma queixa formal, caso sua reivindicação não seja atendida.
Durante o encontro, o Brasil questionou a decisão da China de iniciar investigações contra as importações de frango. O processo foi iniciado em agosto de 2017. Para o Itamaraty, os produtores chineses não estão sofrendo qualquer tipo de dano financeiro por conta da concorrência brasileira em seu mercado. Além disso, o governo insiste que, ao iniciar a investigação, a China não analisou outros fatores de mercado.
O Itamaraty apontou que espera que a China conduza a investigação de dumping dentro das regras internacionais e que faça um “exame objetivo ” de ” todos os elementos “.
Em resposta, a China indicou que entendia a importância de seu mercado para as exportações brasileiras de frango e insistiu que, neste momento, os dois países mantém um clima positivo em suas relações comerciais – mas apontou que, de fato, registrou uma queda nos preços do frango no mercado chinês, em paralelo ao aumento das vendas do produto brasileiro.
Para Pequim, isso tem “prejudicado o produtor doméstico”. Mas também informou que buscaria uma solução positiva para o problema.
O Brasil, maior exportador global do produto, respondeu por mais de 50% da oferta de produtos de carne de frango para a China entre 2013 e 2016, de acordo com uma análise preliminar, informou o Departamento do Comércio da China em comunicado.
A China é hoje o terceiro maior destino do produto brasileiro. Nos primeiros seis meses de 2017, 226,5 mil toneladas de frango foram exportados para o país asiático. Ao final de 2017, os chineses eram responsáveis pela compra de 10% de toda a exportação brasileira. Mas a medida agora coloca em risco vendas de mais de US$ 700 milhões.